domingo, 19 de maio de 2013

ASCENSÃO   E   REVITALIZAÇÃO  DA   IGREJA

A nuvem que recolheu Jesus na sua Ascensão aos céus recorda-nos dois episódios: o encontro do anjo Gabriel com Maria, anunciando-lhe que a força do Altíssimo a cobrirá  com sua sombra";  recorda-nos também a tenda sagrada de Deus na Antiga Aliança onde a nuvem é o sinal da presença de Javé que durante a peregrinação precede Israel como nuvem. Numa afirmação teológica o desaparecimento de Jesus na Ascensão é apresentado não como uma viagem em direção às estrelas, mas como a entrada de Jesus no mistério de Deus. Os Atos dos Apóstolos descrevem o "lugar" para onde Jesus foi na nuvem  como um "sentar" ou "estar à direita" de Deus, o que significa uma participação na soberania própria de Deus sobre todo o espaço. Na expressão "vou e venho para vós" o "vou" (o partir) contém precisamente esse significado; no "venho" Jesus quis dizer que deixou de estar num lugar concreto do mundo como acontecia antes da Ascensão. O seu "partir"e o seu "vir" designa um modo novo de ficar próximo, de ter uma presença permanente. Ha em Marcos 6, 45-52, o fato da multiplicação dos pães. Após a distribuição dos pães Jesus diz aos apóstolos que na barca alcancem a margem oposta, enquanto Ele se retirava para o monte. Sós na barca, os discípulos se vêem  ameaçados pela violência das ondas, da tempestade.  Jesus parece estar longe, no monte a orar. Engano! Estando junto do Pai, Ele os vê, vem-lhes ao encontro, sobe  na barca e torna possível a travessia até a meta.  Eis uma imagem para se entender a posição de Jesus, "sentado à direita de Deus Pai" após a  Ascensão: ele nos vê, em cada momento pode subir para a barca de nossa vida, sempre podemos invocá-lo, estando seguros de que nos vê e nos ouve. Tanbém a barca da Igreja, com o vento contrário da historia, navega através do oceano agitado do tempo, dando a impressão de que vai afundar. Mas o Senhor está presente e vem no momento oportuno. "Vou e venho": esta é a confiança dos cristãos, a razão de nossa alegria como o foi dos discípulos de Jesus, após sua Ascensão aos céus. "No gesto das mãos abençoadoras na sua Ascensão exprime-se a relação duradoura  de Jesus com os seus discípulos, com o mundo. Enquanto parte Ele, vem levantar-nos acima de nós mesmos e abrir o mundo a Deus. Por isso os discípulos puderam  transbordar de alegria quando voltaram de Betânia para casa, por ocasião da tempestade no mar. Na fé sabemos que Jesus tem, abençoando, as mãos estendidas sobre nós. Tal é a razão permanente da alegria cristã. Obs.: o exposto acima recolhi-o em síntese do livro "JESUS DE NAZARÉ", de Bento XVI, pp. 252 e seguintes. 

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