terça-feira, 28 de maio de 2013

INCÊNDIO    NO   COLÉGIO   DO   CARAÇA


No dia 28/05/1968 chegou ao Rio a notícia de incêndio no Colégio do CARAÇA.  Alguém dos alunos teria deixado , por esquecimento, um aquecedor elétrico ligado, durante a noite.  Isto provocou o incêndio no quarto da encadernação, no andar térreo.  Alunos na enfermaria despertaram,  deram o alarme que acordou os alunos do dormitório no andar superior, que conseguiram salvar-se, embora tenham perdido grande parte de suas roupas e outros pertences. O  fogo se alastrou rapidamente e destruiu totamente o grande prédio da parte esquerda da igreja. No dia seguinte cedo tomei o avião até Belo Horizonte, seguindo imediatamente para o Caraça, aonde cheguei antes do meio dia. Logo após o incêndio, os coirmãos que ficaram no Caraça enviaram todos os alunos para suas famílias,  encerrando defitivamente o funcionamento da Escola Apostólica do Caraça. Diante do fato consumado, nada restava senão pensar como, no ano  seguinte, retomar, se possível,  em outros moldes, a formação inicial de candidatos ao sacerdócio. Aliás surgiu naturalmente em meu espírito a interrogação:  para que serviria a Escola Apostólica do Caraça?  Pois desde o ano precedente tinha-se fechado o Seminário de Petrópolis. Os estudantes foram enviados para Belo Horizonte sob a liderança dos padres Argemiro Moreira Leite e Geraldino Ferreira.  Após certo tempo fui a Belo Horizontee, e depois de conversar com os estudantes e com o padre Argemiro, resolvi dar-lhes a liberdade de deixarem a Congregação da Missão (esta foi a narração dos fatos, no livro "RECORDAÇÕES", escrito pelo Padre José Paulo Salles Junior, C.M. então provincial da PBCM). "Durante 63 anos a Escola Apostólica  do Caraça abrigou 2.322 alunos, dos quais 178 chegaram ao Sacerdócio (8%), e os outros 92% exercem hoje atividades as mais diversas.  Alguns ex-alunos  mais agradecidos e sensíveis aos problemas da Escola Apostólica fundaram em 1945 a Associação dos Ex-alunos dos Lazaristas e Amigos do Caraça (AEALAC). A Asssociação prestou relevantes serviços na melhoria da Casa e no auxílio a seminaristas pobres". Um dia, porém, senhores... 28 de maios de 1968 pavoroso incêndioa destruía o prédio destinado aos alunos, fechando assim as portas do CARACA. Era o educandário mais antigo e duradouro de quantos existiram no País, com 150 anos de serviço a Deus e à Pátria"("Nossa Senhora e a História do Colégio", pe. José Tobias Zico, C.M.). Fato muito sensível ao coração de todo ex-aluno do Caraça: "Passando pelo sótão da igreja padres e alunos aparecem  no dormitório dos pequenos, jogando água nas escadas, enquanto outros lançam  pela janela colchões, cobertores, lençois e camas.  POR  MEIO  DE  CORDAS CONSEGUEM  DESCER  DO  DORMITÓRIO  A  BELA  IMAGEM  DE   NOSSA SENHORA  DAS GRAÇAS, aos gritos dos que se acham em baixo". Aos pés dessa imagem todo aluno, ajoelhado, confiava seu sono reparador à SENHORA  MÃE  DOS  HOMENS  do CARAÇA, DEPOIS DE LHE BEIJAR OS PÉS.

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