quarta-feira, 26 de junho de 2013

IGREJA  ORTODOXA  DO  ORIENTE  -  2

Justo no ano 2013, em que o Papa Bento XVI renuncia, e é substituído pelo Papa Francisco, iniciando uma varredura nos corredores do Vaticano, haja vista o livro "Sa Sainteté", citemos alguns fatos ocorridos na Igreja Oriental de Constantinopla até sua separação definitiva da Igreja Ocidental de Roma, em 1054. Em 863 o Patriarca FÓCIO, embora destituído de suas funções pastorais pelo Papa, abriu violenta campanha contra os cristãos ocidentais. Estando o rei da Bulgária, Bóris, recém batizado, hesitante se aderia à igreja ocidental ou oriental, o Papa Nicolau I enviou legados da Santa Sé ao Imperador de Constantinopla, comunicando a adesão de Bóris à Igreja de Roma. O Imperador prendeu-os, expulsou-os do país, condenando-os junto aos bispos da província como "ocidentais bárbaros", convocando-os a um concílio na capital (867). Este concílio  depôs o papa Nicolau I que morreu nesse mesmo ano, dez dias depois que o patriarca Fócio fora destituído por uma revolução palaciana. INÁCIO, substituído anteriormente por Fócio, foi recolocado na sé patriarcal. Celebrou-se então (870) o oitavo concílio ecumênico em Constaantinopla sob a direção de 3 legados papais; foi reconhecida a comunhão com Roma, mas, de novo,  em 879 Fócio assume a sé de Constantinopla, reúne um sínodo nessa cidade (880) e hostiliza os membros da Santa Sé. Fócio morreu num mosteiro (898) e os patriarcas seguintes restauraram e confirmaram a união com Roma, a qual, porém, se encontrava bastantemente abalada. As relações com Roma eram tão delicadas que pequeno incidente que fosse desencadearia os ódios. E foi o que ocorreu. Em 1014 o Papa Bento VIII introduziu num hino da Igreja Romana, a pedido do Imperador Henrique II, uma frase combatida por Fócio sobre o assunto, reacendendo-se a paixão anti-romana. Em 1053, o Imperador Constantino IX, desejando manter boas relações com o Papa Leão IX, enviou-lhe uma carta, solicitando-lhe os préstimos. Em resposta, Leão IX enviou uma legação a Constantinopla em 1054. O patriarca MIGUEL CERULÁRIO  se irritoue proibiu os enviados de Roma de celebrar missas. Os legados reagiram e na presença do clero e do povo  deixaram sobre o altar mor da basílica de Santa Sofia uma bula de  excomunhão contra Cerulário e seus seguidores, regressando a Roma. O patriarca Miguel Cerulário acusou o Imperador de cumplicidade com o Papa e num sínodo excomungou o papa e seus legados e convidou os bispos do Oriente a se associarem a ele. O pedido e o exemplo de Cerulário surtiram o efeito desejado: todos os bispos do Oriente e os povos evangelizados por Bizâncio (serbos, búlgaros, rumenos,  russos) selaram com sua adesão ao patriarca a  GRANDE  DIVISÃO que até  hoje perdura. Cerulário reivindicou para si as insígnias imperiais, sendo por isto exilado pelo Imperador Isaac I, falecendo no exílio, em 1059. A excomunhão mútua de Roma e Constantinopla foi cancelada após o Concílio Vaticano II, estando aberto o caminho para bom entendimento entre Orientais e Ocidentais (latinos).

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