sexta-feira, 7 de junho de 2013

MEA   CULPA,   MEA   MAXIMA   CULPA

Em artigo na FOLHA DE SÃO PAULO, 04/06/13, sob o título "Mea Culpa", CONY, comentando o texto evangélico "Livrai-me de todo o mal", NA ORAÇÃO CONHECIDA COMO "O PAI NOSSO", ENSINADA POR JESUS  CRISTO, afirma que "muitos devotos pensam que o "mal"em questão é o  câncer, o desemprego, a morte. Exegetas há que essa petição se deve interpretar  como formando, à maneira de um complemento,  um todo com a petição anterior: "E não nos deixeis cair em tentação". Na primeira petição: "E não nos deixeis cair em tentação", a palavra TENTAÇÃO INDICA tudo aquilo  que, dentro de nós, ou fora de nós,  nos expõe a praticar o pecado ou nos convida, NOS ALICIA,  ao pecado; por meio dessa súplica pedimos a Deus não permita sejamos tentados acima de nossas forças ou também que nos afaste das ocasiões de pecar, não nos abandonando na tentação, mas dando-nos forças para vencermos, para que não pequemos (cair na tentação = ceder à tentação, pecar portanto). Segundo Santo Agostinho, não pedimos a Deus que não sejamos tentados, mas, sim, que não cedamos à tentação, pecando. Na segunda petição: "Mas livrai-nos de todo mal", note-se que o período se abre com a conjunção adversativa MAS e não com a aditiva ou copulativa E: "MAS  LIVRAI-NOS...", o que nos permite  concluir que se trata de assuntos interligados, não pela ideia sequencial de simples adição, mas de adversidade, pelo emprego da conjunção MAS. Na primeira petição o que se pede a Deus é o afastamento de TENTAÇÕES, este é o objeto do pedido. Na segunda petição, daí sua conexão com a primeira, o que se pede a Deus é o afastamento de TODO MAL, seja de que natureza for, ou de mal moral (e aqui entra também o pecado por não se ter resistido à tentação), ou de mal físico: peste, doença, perseguição, etc.,  enquanto, como objeto, não se transforme em tentação, podendo conduzir-nos  ao pecado, e finalmente até do MAL que tenha como autor ou planejador  o demônio. Para Santo Agostinho quem considera a primeira petição constituindo  um todo com a segunda entende que MAL na segunda petição (MAS  LIVRAI-NOS DO  MAL")   é tudo aquilo que é objeto de tentação, ou que possa transformar-se em objeto de tentação: "câncer, desemprego, a morte" etc., como escreve Cony.  Na próxima postagem, umas observações sobre a outra perícope do evangelho comentada por Cony: "Pai, se queres, afasta de mim este cálice! Contudo, não a minha vontade, mas a tua seja feita!".

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