terça-feira, 4 de junho de 2013

03/06/1963  - MORTE   DE   JOÃO   XXIII


  • "Como foi que esse homem afinal obscuro, de tão modesta origem e sem nenhuma ambição humana, ou marca intelectual de exceção, HÁ  MEIO  SÉCULO  falecido, realizou o estranho paradoxo de romper as barreiras do silêencio ou do ódio que dividem o mundo moderno, e ser ao mesmo tempo respeitado, compreendido e amado dos dois lados dos dois muros que cortam o nosso mundo e os nossos corações? Para nós foi ter tido a coragem de ter vivido em pleno século XX, na vigília do novo milênio, a própria vida de Jesus, a simplicidade de Jesus, a humildade de Jesus, a sabedoria de Jesus, a bravura de Jesus. Insisto nisso.   Para ter sido o pai que ora perdemos, no mundo em que vivemos, bombardeado por pressões as mais próximas e as mais poderosas que o arrastavam a posições exatamente opostas, que apontavam para o anátema como sendo a arma do Pontífice  - teve esse homem admirável de vencer uma resistência inconcebível para fazer do Amor a única arma do seu pontificado. Reabilitou a Caridade, a Paz, a Bonbade, o Perdão, a Naturalidade, a Simplicidade, a Humildade, o Equilíbrio, o Coração, a Infância Espiritual, o Otimismo, a Serenidade, o Sorriso, a Fraternidade, a Colaboração com os adversários, a Mansidão, a Doçura, a Paternidade. Reabilitou tudo aquilo que parecia  destinado a perecer aos golpes do ridículo, nas provetas dos laboratórios, ao silvo dos aviões a jato, ao ronco dos foguetes interplanetários, à incandescência das explosões nucleares. Para romper toda essa cortina de fragores monstruosos só mesmo a voz da infãncia renovada, do bom pastor que fala de mansinho ao seu rebanho e lhe repete, seguidamente, as palavras do outro JOÃO de Patmos: "Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros". Sem lançar anátemas contra anátemas, JOÃO XX III transformava a face da IGREJA, arrancando-a do isolamento ou do facciosismo e recolocando-a no seu lugar de emissária da PAZ e da CONCÓRDIA  entre todos os homens de Boa Vontade, aos quais iria dirigir o seu testamento espiritual da PACEM  IN  TERRIS!" Isto um pouco da muita comovida sinceridade que brotou do coração de nosso convertddo ALCEU  AMOROSO  LIMA  em carta à sua filha monja,  escrita no dia 06/VI/1963. 





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