terça-feira, 23 de abril de 2013

Resolvi celebrar amanhã, 24/04/13, o dia natalício de  SÃO  VICENTE  DE  PAULO.  Resolvi, porque o santo, ao que tudo indica, jamais falou da data de seu nascimento. Nem mesmo do ano. Apenas, interrogado sobre sua idade no processo de beatificação de São Francisco de Salles,  declarou que tinha "mais ou menos 48  anos"; como fosse o ano de 1628,  Vicente teria nascido por volta de 1580.  Esta informação colhi  na vida do Pai dos Pobres, escrita por J.Calvet. Para o Padre Jerônimo de Castro, autor de "S.Vicente de Paulo", Vicente nasceu na terça-feira de Páscoa, a 21/04/1581, na pequena cidade de Pouy, sul da França.  Na pia batisml desta igreja, demolida em 1913,  para ser construída a atual,  há a seguinte inscrição numa placa de mármore: "Nesta pia foi batizado S.Vicente de Paulo". No cemitério, em redor da igreja descansam pai, mãe e irmãos do Santo.  Interessante a observação do monje cisterciense, Thomas Merton (1915-1978), quando lia  "aces de Santos"e se deparou  com o rosto mortuário  de Vicente de Paulo. Escreveu que  este santo  lhe pareceu bastante real: tem  muito de um camponês gascão, rude como sabia ser,  com terrível eergia refletida na face, ferozes olhos negros, e uma boca  como armadilha para pegar ursos!. Para o referido monje Santa Luísa de Marillac lembrava a figura de uma mãe de família francesa ( Osigno de Jonas, pg. 118). O biógrafo de Vicente,  J.Calvet,  imaginou que a Rainha Ana de Áustria,  bastante presente na vida de Vicente, deve ter sido visitada pelo nosso santo para dele se despedir, visto pressentir breve o dia de sua morte. Interessante teria sido a cena dos adeuses naqueles primeiros dias de setembro de 1660, depois da entrada  triunfal de Luiz XIV, de sua esposa  Maria-Tereza e de Ana de Áustria que se tinha enfeitado  como a aurora de uma nova era, um extusiante erguer-se de sol ( J,Calvet).  São Vicente, sabe-se, faleceu pouco tempo depois da fundadora das Irmãs de Caridade, Luísa de Marillac, 14/03/1660, ano em que também morreram o cardeal Mazarino, Pascal e Ana de Áustria. Com tais personagens, termina sua obra J.Calvet, o século XVII teve seu termo: a França alcançou ao preço de heroicos esforços seu equilíbrio político  e seu equilíbrio espiritual. Podia vir um grande rei que desse ao gênio francês sua chance, de que, aliás, parece que largamente se aproveitou.  Mas não foi somente para uma geração  privilegiada que algumas personalidades haviam trabalhado. O caráter da obra de VICENTE  DE  PAULO,  eis o que resta ainda em nossos dias bastante aceso nos corações e nas instituições.

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