terça-feira, 23 de abril de 2013

MENSAGEM   DE   FREDERICO   OZANÃ

"A questão que divide os homens hoje em dia  não é uma questão de formas políticas, é uma QUESTÃO  SOCIAL, é saber quem ganhará, se o espirito de egoísmo ou o espírito de sacrifício; se a sociedade será apenas  uma GRANDE  EXPLORAÇÃO em proveito  dos mais fortes ou uma CONSAGRAÇÃO de cada um  no BEM de todos e, mais que nunca,  para a  PROTEÇÃO  DOS MAIS  FRACOS.  Há muitos homens  que possuem demais e ainda querem mais.  Há outros muitos em muito maior quantidade que não têm o bastante, que nada têm e querem tomá-lo à força, se não se lhes dá.  Entre ambas as classes de homens se prepara uma luta  e essa luta ameaça SER terrível.  Por um lado, o PODER do OURO. Por outro,  o PODER do DESESPERO.  Entre esses dois lados inimigos deveríamos PRECIPITAR-NOS senão para impedir, ao menos para  atenuar os golpes!  A nossa IDADE de JOVENS, a nossa condição OBSCURA tornam-nos mais fácil esse papel de MEDIADORES  que o nosso título de CRISTÃOS  torna obrigatório!  (Carta de 13/11/1836, in "Cartas de Ozanã", vol. 1, pg. 221). "Somos servidores inúteis mas, enfim, servidores e o salário  nos será dado de acordo com o trabalho que tivermos feito na vinha do Senhor, no lugar  que nos tenha sido designado. Sim, a vida é desdenhável considerando-se  pelo uso que dela se faz, mas não se a considerarmos pelo USO QUE DELA podemos fazer, se a considerarmos como a obra mais perfeita do CRIADOR, como o vestuário  sagrado  com o qual se pode recobrir o Salvador Nesse caso a vida é digna de respeito e de amor.  Rezemos um pelo outro meu mui querido amigo, descinfiemos dos nossos fastios, das nossas tristezas, das nossas desconfianças (Ozanã sempre  sempre teve o culto da amizade), (Carta de 05/11/1836).  Escrevendo sobre o poeta DANTE, OZANÃ  diz que foi o universalismo e o humanismo dele que  mais o encantaram. No termo da Divina Comédia, escreveu,: "O que nela vemos não é só  uma súmula filosófico-poética, mas  uma nova concepcão da PESSOA: avistamos o VERBO ETERNO  unido à natureza humana. Esta  já não é apenas como diziam os antigos um microcosmo, um resumo do universo. Ela enche o próprio universo, ela ultrapassa-o e se perde no infinito"("Dante et la philosso[hie catholique", pg. 331).

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