sexta-feira, 29 de abril de 2011

"TASSO DA SILVEIRA" E "CONY "

Ontem, 28/04/11, o nosso imortal CARLOS HEITOR CONY, ainda em muito boa hora, lembrou aos brasileiros, e mais especificamente aos cariocas (A2 opinião, da Folha de São Paulo) a figura do escritor paranaense TASSO DA SILVEIRA (1895/1968), cujo nome merecidamente foi dado a uma das escolas do bairro carioca do REALENGO, teatro, um mês atrás, da chacina que tanto entristeceu nossa cidade. Por coincidência eu lia na época "COMPANHEIROS DE VIAGEM", de Tristão de Athayde. Desta obra do "mestre' escreveu Gilberto Amado: "Na apreciação de MEIO SÉCULO DE PRESENÇA LITERÁRIA ninguém disse tanto até hoje sobre temas diretamente literários, estéticos e correlatos ou conexos, morais ou sociais...Ele não só procura a alma do autor como comunica a sua com a do autor.... Não é possível julgar uma obra sem a ter compreendido.... Por esta capacidade de compreensão é que ao longo de 50 anos Tristão e Alceu criticaram e compreenderam todas as obras e todos os autores do seu tempo". A análise encomiástica de Gilberto Amado ao citado livro de Tristão, que nas pp. 270/271 recorda a figura de TASSO DA SILVEIRA, "uma das figuras mais nobres, mais puras, mais dignas da história de nossas letras", levou-me a buscar algo na imprensa local a respeito da pessoa que emprestara o nome ao estabelecimento de ensino do bairro de Realengo. E agora o artigo de Cony me salvou da frustração da inútil procura. Parabéns, Cony! Às palavras consagradoras que diretamente Tristão tece ao autor curitibano, e indiretamente Giberto Amado, temos com seu estilo lépido, leve, surpreendente e culto a palavra de um carioca que resgatou o esquecimento da pessoa de Tasso da Silveira que "no encontro com Deus não compareceu nem de mãos vazias, nem de corpo mutilado ( Tristão alude à cegueira que tanto o afligiu em plena maturidade, obrigando-o anos seguidos a depender de uma Cordélia conjugal que o levava com fidelidade tocante às aulas matutinas da PUC) nem de alma triste. A alegria que ele tanto procurou na terra, tudo terá vencido na eternidade" ("Companheiros de Viagem", Tristão de Athayde).

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