terça-feira, 12 de abril de 2011

DE COMO SE TIRA DO MAL UM BEM

LEI ou PENA DO TALIÃO: Qualquer vingança em proporção igual ou considerada equivalente ao mal sofrido, retaliação. Foi a aplicação, uma vez mais, desta pena ou lei o sentimento que levou alguns poucos concidadãos cariocas a atirar pedras, destruir portão, a quebrar vidraças, a pichar as paredes da casa na Rua Cacau,escrevendo as palavras a ässassino, covarde" no muro da casa onde morava o autor dos disparos praticados semana passada na Escola Tasso da Silveira, no bairro do Realengo. Alguém chegou mesmo a levantar o povo para botar fogo no domicílio do pranteado rapaz, domingo passadp, levando a polícia a protegê-lo para evitar depredações. Esqueceram-se de que no fundo da casa reside uma das irmãs de Wellington. Não pensaram que depredando ou invadindo a casa estavam violando, causando danos ao patrimônio da família dele, um lar de tanto valor sentimental? Não lhes passou pela cabeça que os cinco irmãos do acusado, além do drama familiar em que vivem, como parentes tão próximos, são no momento prisioneiros do receio de linchamento, de saírem de casa, como se fossem coautores do ato insano praticado pelo irmão? Somos seres humanos, criados à imagem de Deus, e como tais a nós se aplicam as seguintes palavras escritas pelo poeta latino Terência (194-159 A.C.): "Homo sum: humani nihil a me alienum est". Somos humanos e, no uso de nossa razão, de nossa inteligência, de nossa origem divina, somos responsáveis por tudo que se refere a nossos semelhantes. Ainda bem que bem pensaram e agiram aqueles nossos patrícios que, ouvindo no interior de suas consciências as vozes inquietas da solidariedade, se apressaram em adquirir tinta branca , escovas, brochas e baldes e escovas, e foram apagar a ignomínia das pichações cravadas no muro frontal da casa do jovem autor do lastimável episódio da escola Tasso da Silveira. "Nihil humani a me alienum est!" E ademais pergunto: "Por quem estarão hoje dobrando os sinos?"

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