quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Nenzinho, meu irmão!

Primeiro de outubro de 1938. Você,  Nenzinho, foi o ante-penúltimo rebento de Dona Neném a  trocar nesse dia o cálido e misterioso mundo de tranquilidade do ventre generoso de nossa mãe  por um mundão a tal ponto desconhecido que logo te deve ter feito chorar. No ano seguinte, 1939, o dia eu não arquivei,  brotou o penúltimo rebento, a Elza Maria, cujo corpinho angélico, dez dias depois, criancinhas vestidas de branco confiavam à mãe terra, reclamado que era pela mãe do Céu. Finalmente , no dia 26 de novembro de 1940 a fonte generosa de nossa corajosa introdutora no mundo atingiu o zênite de sua fecunda missão: dezessete partos não eram o bastante? O último rebento chamou-se Getúlio. O nome era a homenagem de nossa mãe ao então chefe da nação, Getúlio Vargas, pela instituição de um abono aos pais de famílias numerosas. Anualmente o calendário me traz à mente e à saudade o dia natalício de cada um de vocês três, habitantes que já se tornaram das planuras celestiais. Assim, Nenzinho, sobre a lápide de seu túmulo - que o é também de nosso pai, de nossa mãe, de nosso sobrinho Yuri, filho do mano Plínio, de nossos irmãos Luiz e Getúlio e de nossa irmã Anita - fraternalmente e sentido por não lhe ter sido além de um irmão ali deixo, nessa tarde primaveril carioca de primeiro de outubro de 2009, o meu pedido de proteção até que para mim se apague a luz do sol e a alvura  da lua e o repouso das estrelas.

Um comentário:

  1. A menção da morte de nossa irmãzinha Elza Maria me faz retroceder a minha idade de três anos. Lembro-me muito bem da morte e da saída do enterro de nossa querida irmã. Era ela tão pequenininha, que foi velada sobre a máquina de costura da Mãe, lindamente forrada com uma alva toalha de crocê, toda rendada, como devia ser o leito de um anjinho, prestes a alçar seu voo para junto do Pai.

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