sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Faz hoje 58 anos!

Em seu livro de memórias "Pourquoi suis-je moi?"Julien Green diz que "as lembranças vivem como pessoas que esperam  num salão vizinho prontas para entrar.  A  plena luz do sol do presente, porém,  as eclipsa e elas continuam a permanecer como sombras em redor de nós, atentas ao menor chamado". Há 58 anos, na manhã do dia 15 de outubro de 1951 eu  confiava ao amigo Marçal Versiani dos Anjos uma carta, pedindo-lhe que a lesse e depois a encaminhasse ao correio de Petrópolis.  Sabendo da doença séria de meu pai, escrevera em quatro folhas de papel, duas delas encontrei depois  nos pertences de minha mãe, palavras de filial exortação  a que ele confiasse muito em Deus.  Marçal fixou-me os olhos por alguns segundos misteriosos, pensei eu pelo inusitado do pedido,   mas logo balbuciou um enigmático sim. Na manhã seguinte, antes do início da oração da manhã,  às  4,30, o Padre MontÀlvão me comunica que meu pai falecera no dia anterior, donde o susto do meu amigo Marçal já conhecedor do fato, quando o procurei na véspera. Eu cursava, então, a teologia no Seminário São Vicente de Paulo, em Petrópolis. Nascido em 18 de junho de 1895, o Quive, como o tratávamos, faleceu com 56 anos. Meu último contato com ele ocorreu em janeiro de 1947, quando dei entrada no noviciado do seminário dos padres lazaristas na Cidade das Hortências.  

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