domingo, 18 de setembro de 2011

UMA VISÃO DO ENCONTRO ENTRE ROMA E ECÔNE

À luz do que escreveu no RELIGIO BLOG , de LE FIGARO, de 15/09/11, Jean-Marie Guinois, julgo poder externar algumas de suas observações, em torno do encontro havido em Roma, dia 14/09/11, entre a Sé Apostólica e o Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal Sào Pio X. Uma extrema prudência destituída de entusiasmo foi a reação de Mons. Fellay à proposição apresentada pelo cardeal Levada. Formalmente a Igreja Católica reconheceria a possibilidade e o respeito a uma diferença litúrgica e a uma autonomia de função e em parte de doutrina, numa espécie de coexistência de "particularismos" com e ao lado da igreja romana latina. Outra visão, porém, colhida da "proposição" mergulha aí com mais profundidade, vez que se relaciona com as raízes da "identidade católica". O programa de Bento XVI foi sempre insistir que os cristãos que se dizem católicos que fossem, não "mais" católicos", e sim "verdadeiramente" católicos, sendo que a proposição feita a M. Fellay caminha nessa direção, como se se tratasse de um "essencialismo", clamando por um aprofundamento, preocupação de uma tensão pastoral, intelectual e mística em Bento XVI. Última observação: há no debate uma descarga emocional pela simples evocação do Concílio Vaticano II. Por essa razão, parece que, por trás das suas palavras, Bento XVI quer conduzir o problema ao sabor da fé cristã tal como ela é interpretada pela Igreja Católica. Com pezar JEAN-MARIE GUINOIS vê o mal-estar demonstrado por muitos católicos que se consideram hoje, antes de tudo, como cristãos, desconfiando de uma identidade católica demasiado clara, porque os impediria do diálogo com a sociedade, com as as outras religiões em particular, e da tolerância, por eles tida como atitude prioritária. O mal entendido consistiria em pensar que Bento XVI, estendendo a mão aos lefrebvistas, quer caminhar no sentido de uma Igreja Católica íntegra, intransigente e por que não integrista, "enquanto procura reconciliar os cristãos-católicos, sua esquerda, e os católicos-cristãos, sua direita, com o que é na verdade a Igreja Católica", conclui JEAN-MARIE GUINOIS.

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