sexta-feira, 30 de setembro de 2011

PAUSA PARA DESCONCENTRAÇÃO

" Ontem um amigo de LYAUTHEY (1854/1934), importante colonizador francês, veio visitar-me. Ele fora ver o marechal, pouco tempo antes de falecer. LYAUTHEY estava deitado, com um terço entre os dedos. "Vede, disse ao visitante o marechal, mostrando o rosário, eis tudo que me resta". "E ele possuíra um império!", ajuntara o narrador. Eis o que JULIEM GREEN completou: "Mas o que ele tinha entre os dedos valia muito mais que um Império!"

"Refleti bastante esta manhã sobre um jovem, falecido esta manhã em Paris. Tinha 20 anos e queria viver muito! Não lhe disseram que ia morrer e ele mergulhou na morte sem o saber. Quiseram poupar-lhe esse choque. Tem-se o direito de deixar partir os homens na noite sem o viático?"("LE BEL DAUJOURDHUI", Julien Green).

"Meu pai se zangou, porque, escrito o poema, lhe disse que me restava corrigi-lo. Mas, o que é escrever senão corrigir? O que é esculpir senão corrigir? Já vistes modelar a argila? DE CORREÇÃO EM CORREÇÃO SAI UM ROSTO! E A PRIMEIRA DEDADA JÁ ERA CORREÇÃO AO BLOCO DE ARGILA! AO FUNDAR A MINHA CIDADE, MAIS NÃO FAÇO DO QUE CORRIGIR A AREIA! DEPOIS CORRIJO A MINHA CIDADE. E, DE CORREÇÃO EM CORREÇÃO, CAMINHO PARA DEUS!" ("CIDADELA', Saint-Exupéry).

"Amigo é aquele que não julga. É aquele que abre a porta ao mendigo, à sua muleta, à sua bengala arrumada a um canto. Não lhe peças que dance para julgares como dança. E o mendigo narra a primavera sobre a estrada lá fora! O amigo é aquele que recebe nele a primavera. E, se descrever o horror da fome na aldeia donde vem, sofre com ele a fome. O amigo no homem é aquela parte que é para ti e que te abre uma porta que talvez ele não abra nunca noutro lado. E no templo o amigo que graças a Deus acotovelo e encontro é aquele que vira para mim o mesmo rosto que o meu, iluminado pelo próprio Deus". ("CIDADELA", Saint-Exupéry).PAUSA PARA DESCONCENTRAÇAO

Nenhum comentário:

Postar um comentário