terça-feira, 20 de setembro de 2011

NOSSO PODER LEGISLATIVO ONTEM. E HOJE?

O político mineiro JOAQUIM DE SALLES, em seu livro "SE NÃO ME FALHA A MEMÓRIA "(POLÍTICOS E JORNALISTAS DE MEU TEMPO), focalizou na página 3o7, a personalidade do deputado federal pela Parahiba, GILBERTO AMADO. Depois de declarar que GILBERTO "nasceu para viver num gabinete" e que o Senado "não lhe aumentou o renome, mas devia tê-lo prejudicado no que lhe roubou de tempo muito mais bem empregado se o houvesse dedicado a fazer livros", conclui que "a Câmara e o Senado para certos homens de valor real tinham isso de mau. Pouco a pouco temperamentos mais refratários à vadiagem iam-se habituando àquele clube, fechado no recinto e aberto nos corredores e na sala do café onde havia de tudo e onde o espírito repousava, de mistura com dissertações, eruditas raramente, e com baboseiras, o que era a regra mais geral. Acrescentando que "a Câmara como o Senado não lembrava um Parnaso, nem uma Acrópole, mas um salão a que eram admitidos sócios de várias origens e na mescla de tantos seres díspares onde prevalecia a influência do maior número. Concluindo a análise: "aquilo era uma agremiação de homens políticos. Os líderes estaduais e o líder geral nem sempre, ou raramente, se recrutavam segundo o critério intelectual, mas entre os medalhões, entendendo-se por tais aqueles que se assinalavam por uma larga tarimba de politicagem. Mais valia a estampa do que cabeça. E tivemos assim uma brilhante galeria de mediocridades, colaborando (?) decisivamente nos destinos do Brasil, durante quase meio século de República". A mesma visãp desanimadora se obteria ainda hoje na contemplação do ambiente de nosso poder legislativo?

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