sábado, 18 de setembro de 2010

TROMBAR E COLIDIR

No próximo dia 29 de setembro comemoro meu sexagésimo nono aniversário de entrada no Colégio do Caraça. Saí de minha terra - separando-me para sempre do convívio com meus pais e os outros onze irmãos - antes de completar 13 anos, pernoitando dois dias em Belo Horizonte e embarcando às 4,30 da manhã do dia 29, num  trem da Central que me deixou em Santa Bárbara às 11 horas. Sob intensa chuva, na carroceria dum pequeno ford, se 29 não me disseram, aportando no colégio às 6  da tarde. Foi para mim o encontro com um novo mundo tão misterioso que nem minha imaginação de interiorano mineiro poderia sequer fazer uma ideia! Recordo-me  de que, encontrando-me no pátio de recreio com um conterrâneo meu, e me perguntando o Padre Cruz, diretor do Colégio, se o  conhecia, ignorando eu o castíssimo português usado entre os alunos, fui logo dizendo  numa cândida felicidade : "Sim, conheço ELE muito!" Pra que, meus amigos! "Conheço ELE, NÃO, novato bobo!  CONHEÇO-O!!!". Mas o que me leva a falar desse meu saudável aniversário são dois lapsos gramaticais encontrados há pouco no Globo online e que me lembraram  o "CONHEÇO ELE MUITO"  do Caraça.  Vejam minha falta de sorte! Interrompi esta conversa para transcrever o que vi no globo online e...as duas notícias desapareceram da tela.  Trata-se do emprego desajeitado do verbo COLIDIR e do verbo TROMBAR, se não me engano. Fala-se da queda de um poste.  Os dois verbos são nos casos empregados como transitivos diretos, carregando até na garupa seus pretensos objetos diretos. Colidir e trombar são verbos transitivos indiretos, segundo Houaiss, salvo engano meu. Mas, está tudo muito bem! "Etiam Homerus aliquando dormitat!" 

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