segunda-feira, 20 de setembro de 2010

QUEM FOI JÚLIO MARIA?

JÚLIO  MARIA nasceu em Angra dos Reis em 1850. E morreu no Rio de Janeiro, em 1916. Primeiro chamava-se Júlio César, a partir de 1891 tomou o nome de Júlio Maria. Foi materialista primeiro, tendo abraçado o negativismo e o naturalismo científico. Formou-se em direito em São Paulo, em 1874.  Foi promotor em Mar de  Espanha, casando-se em 1877, donde lhe veio uma filha que se tornaria religiosa. Enviuvando, casa-se de novo em 1889, mas de novo fica viúvo, deixando mais três filhos. Em 1884 troca o agnosticismo pelo catolicismo. Encabeçou então no Brasil uma revoada de conversões para a Igreja Católica: Joaquim Nabuco, Jackson de Figueiredo, Hamilton Nogueira, Alceu Amoroso Lima, Gustavo Corção, Paulo Setúbal, Murilo Mendes entre outros. Durante os 5 anos que precederam a Proclamação da República publicou no Jornal do Comércio as célebres APÓSTROFES, depois publicadas em livro, onde verberou com rigor  desusado o catolicismo carola e de sacristia do nosso povo brasileiro em geral. Em 1892, viúvo, preparou-se para o sacerdócio no Seminário de Mariana, ordenando-se sacerdote, das mãos do glorioso bispo de Mariana, Dom Silvério Gomes Pimenta, a 29 de novembro de 1891. Passa então a chamar-se Padre Júlio Maria. Diz Antônio Carlos Villaça em seu livro "O Pensamento Católico no Brasil"  que sua conversão foi fulminante, do estilo da  de São Paulo, quando caiu do cavalo.  Foi um padre progressista para a época, tendo inclusive escandalizado clérigos e leigos, por iniciar suas apreciadíssimas conferências e homilias e sermões, saudando o auditório, não com o  chaveco "Meus irmãos", mas com o "Minhas Senhoras e meus senhores",  o que virou moda atualmente nas tribunas legislativas e eclesiásticas, passado quase um século! Conheci, aliás, um sacerdote que teve atitude semelhante à do Padre Júlio Maria, no que por certo deve ter sido também bastante censurado, quando, anunciado o Concílio Vaticano II pelo paternalíssimo João XXIII, ao distribuir a Eucaristia dizia apenas: " Corpus Christi" em vez de:"Corpus Domini Nostri Jesu Christi custodiat animam tuam in vitam aeternam!" confessou-me que, se usasse o vernáculo, receava o tribunal da inquisição! Em 1904 trocou o clero diocesano, na época dito secular, pela  Congregação dos Redentoristas que teve nele o primeiro padre redentorista brasileiro. Para o melhor e profícuo conhecimento desse "missionário brasileiro" , como o  titulou o Papa São Pio X, compôs-lhe a biografia  Jônatas Serrano (1885/1944). A segunda edição saiu em 1941.  Faleceu no dia 02  de abril de 1916. 

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