terça-feira, 24 de agosto de 2010

GETÚLIO VARGAS SUICIDOU! FAZ 56 ANOS!

Pela agitação política reinante naquele ano de 1954, qualquer tipo de desfecho desagradável era previsível, menos o que de fato ocorreu. O país se dividia  em duas correntes apaixonadas, cada uma das quais contava com sua mídia aguerrida, liderada por dois nomes influentes: Carlos Lacerda, na sua Tribuna da Imprensa, e Samuel Wainer, na Última Hora. De um e de outro lado, políticos bastante conhecidos tanto na situação como na oposição. De volta, a democracia mal engatinhava. De repente, acende-se uma faísca: em Copacabana, Rua Toneleros, no dia 05/08/54, um atentado em que perece um membro da Aeronáutica, Rubens Vaz, e é atingido na perna o jornalista Carlos Lacerda. Instaura-se o que se chamou a República do Galeão. Assustado, o país ainda não tinha visto tudo: na manhã do dia 24/08/54, terça-feira, com um tiro na cabeça o presidente Getúlio Vargas suicida!  Ao seu lado, uma carta-testamento, peça que merece ser lida hoje, lida e meditada. Do seu livro "O Salão dos Passos Perdidos" colho o que escreveu o brilhante jurista Evandro Lins e Silva: "A melhor explicação que achei para o suicídio de Getúlio foi um artigo na revista "Esprit", de Paris, que tinha o título "O suicídio como arma política", em que o autor mostrava que, com seu gesto,  Getúlio Vargas tinha conseguido dominar, paralisar, desmoralizar a conspiração que pretendia alijá-lo do poder". Ao escritor o episódio surpreendeu , "partindo  de uma pessoa que, normalmente,  pelo seu comportamento em todos os atos da vida, era um homem calmo, sereno, que tinha enfrentado muitas intempéries políticas sem praticar um gesto impensado, de verdadeiro desespero, como esse, de tirar a vida". Pessoalmente lembro-me, embora criança de oito anos, do golpe de 10 de novembro de 1937, bem como da alegria de meus pais, quando no discurso que Getúlio pronunciou no seu dia natalício, 19/o4/42, anunciou o decreto pelo qual criava um abono para os pais de famílias numerosas, éramos 12 irmãos vivos. De minha falecida mãe, guardo na mesinha de cabeceira o porta-retrato daquele que desde então ela cultuava com devoção tal que deu ao filho caçula o nome do insquecível gaúcho que Minas ajudou a colocar na presidência do país em 1930.

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