terça-feira, 7 de janeiro de 2014

TIRAVA   PASSARINHOS   DA   MADEIRA

Foi o título da coluna obituária de jornal paulista, 07/01/14,  que me fez refletir e sentir e concluir quão pouco humanos somos!  Os 78 anos de vida, ontem, 06/01, encerrados,  ajustam-se com generosidade,  se colocados sob a forma de um círculo, dentro daquele que circunda  o tempo de minha existência  na terra. Nascido sobre a mesa da cozinha no interior da Italia,  1935, seu pai, um ferreiro, e a mãe, deram a mão ao filho Antônio e se estabeleceram em Roma. Aí Antônio estudou pintura, formou-se em arquitetura,  especializou-se em desenvolvimento de planos urbanísticos, indo batalhar na Croácia e na Etiópia. Em seguida procurou o Brasil onde viveu 40 anos, se casou, teve duas filhas e exerceu a profissão em órgãos públicos de turismo no Rio. De invejável habilidade manual, seu hobby era o trabalho com madeira. Autodidata, confeccionava móveis, pássaros e brinquedos para os cinco netos, filhos de suas filhas e de suas duas enteadas. E morreu na madrugada de ontem, 06/01/14, em Niteroi, onde vivia desde 1972. E no mesmo dia, 06/01/14, morria no Maranhão a garotinha Ana Clara Santos, 6 anos, queimada num ataque a ônibus, três dias atrás. A mãe e a irmãzinha de um ano continuam internadas. O avô, para quem a neta levava o prato de comida todo dia, ao saber do ocorrido, teve um infarto e morreu. A recordação do dito pelo poeta latino, Terêncio, "nihil humani a me alienum puto", por vezes me enche de ar puro os pulmões, de outras  me pede lágrimas de incompreensão!

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