quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

A  NATURALIDADE,  A  MAIS  SOBRENATURAL  DAS  VIRTUDES

A ESPONTANEIDADE, termo que prefiro ao de NATURALIDADE, deve e pode COEXISTIR COM TODAS AS VIRTUDES. E mais: Pode e deve CONVIVER com elas. Lembra a "violeta", donde considerar-se a mais humilde das VIRTUDES. "Traga-me do Caraça (escreveu-me um sacerdote amigo) uma violeta. Até os cegos a admiram. Seu perfume agrada tanto, é tão suave. Seu clima  é no humilde vale, o cantinho mais sombrio. Entre milhares de flores é a única que não tem vaidade". A espontaneidade é um ambiente, uma atmosfera em que devem banhar-se todas as virtudes. Deve ser o próprio solo em que todas as virtudes plantam suas raízes, como o próprio ar puro em que todas as outras devem vicejar. Como o recheio, a cobertura de cada uma das virtudes. Por isso Cristo colocou-a como o próprio modelo do que o ser humano pode ter de mais perfeito: o espírito de infância. Ter a coragem de ser o que somos para sermos o que devemos ser, eis o segredo dessa humilde virtude, que é a mais completa, a mais luminosa, visto ser a que menos se exibe e que nunca pretende ser senão aquilo que é NA  VERDADE. A essência da espontaneidade (ou naturalidade) é SER  sem parecer. Ao alcance das pessoas mais simples quanto das mais complexas, é, contudo, tanto mais difícil de ser entendida e praticada quanto mais próxima de nossa espontaneidade inata. E depois de todas essas considerações de fundo místico-teológico, resumidas de um capítulo de TRISTÃO  DE  ATHAYDE no seu "TUDO  É  MISTÉRIO", resta-me transcrever dele o fecho conclusivo: "Por tudo isso é que considero a ESPONTANEIDADE  como a mais sobrenatural das virtudes".

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