quinta-feira, 13 de agosto de 2015

ABADESSA   MARIA   TEREZA   1


  • Em abril de 1951, ALCEU AMOROSO LIMA (1893-1983) tinha 58 anos, e a filha MARIA TERESA (1929-2011) tinha 22. Católico militante, TRISTÃO sentiu intensa dor, quando  A FILHA  resolveu dedicar a vida ao ideal religioso.  Última palavra do pai na hora da separação: "Nesse momento terrível, TUQUINHA (apelido), nunca perca a sua naturalidade, fique sempre como tem sido até hoje. Seja sempre a minha menina". Com licença da abadessa, o escritor iniciou então mais que uma correspondência, um diário, material que um dia permitiria à filha escrever a história do pai. Representam  essas cartas, a partir de 1958 a 1968, um desabafo, uma tentativa de libertação de  fantasmas interiores. Se nesse período sofreu bastante a influência  de Jackson de Figueiredo, de Dom Leme e do Padre Leonel Franca, a partir dos anos 60 quis desligar-se  da convivência com  uma  filosofia de natureza  autoritária, declarando mesmo aos 65 anos estar se sentindo como se ainda tivesse 15! Tornou-se um "velho-moço", definindo-se como um homem voltado para o futuro, passando a ser sinônimo de "ala esquerda" do laicato católico. Reagiu violentamente aos sistemas totalitários, defendendo-se e declarando: "O grande, o maior valor ameaçado no mundo moderno é a liberdade. Seria possível salvá-la, sem primeiro  passar por um longo crepúsculo no mundo inteiro?" A profecia cumpriu-se ao pé da letra.  Alceu morreu em 1983, um pouco antes do começo das diretas já". Perdoe-me, leitor. Perdi-me no caminho. Intenção  era focalizar a filha Maria Teresa. Dei com artigo de nosso Luiz Paulo Horta de 08/11/03, no O Globo, encantei-me com a bela síntese que elaborou do nosso Mestre Tristão, o que me faz prometer, em próxima postagem, uma palavra sobre a abadessa  Maria Tereza, que silenciosamente, como viveu,  entregou a alma a Deus no dia 11 de julho de 2011, o que só vim a saber dois anos depois.

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