sábado, 4 de abril de 2015

O   LOBO   DE   GÚBIO

Fim  do SÉCULO XII, Itália. Menos jovial que Assis, em cada ponta da grande praça della Signoria NA CIDADE DE GÚBIO dois palácios se afrontam:  cenário final do encontro de FRANCISCO DE ASSIS com um lobo de tamanho descomunal. Costumava de repente ali surgir raptando e devorando quem encontrasse fora de casa. Convidado pelos habitantes, foi conversar com o irmão lobo. Aos gritos dos moradores do alto das muralhas que não entrasse na cidade. Com o companheiro grudado  no lugar, Francisco correu na direção do carniceiro, saudando-o com um amplo sinal da cruz: "Irmão Lobo, vem cá. Em nome de Cristo eu te ordeno não fazer mal a mais ninguém! E tu não vais comer  irmão Asne (assim apelidava o próprio corpo). O lobo parou, a lingua escancarada desapareceu na guela, que se fechou, e se aproximou de Francisco que lhe disse: "Tu és mau, todo mundo grita contra ti, mas quero fazer as pazes entre ti e os moradores de Gúbio. O lobo mexeu o rabo e as orelhas, inclinando a cabeça. "Não basta! Acompanha-me até a praça. "Prometendo renunciar ao mal, coloca tua pata na minha mão". A todo o povo já reunido na praça, Francisco não perdeu a ocasião, deitou falação, revelando que os pecados de cada um dos ouvintes era a causa do que vinha acontecendo. Afirmou que o fogo do inferno era muito mais  temível que a guela vermelha do lobo. Penitência! Penitência! Penitência!" O povo se comprometeu a fornecer ao lobo diariamente  o que comer. Convidado por Francisco a confirmar sua resolução, abanou o rabo e as orellhas e levantou sua pata direita, colocando-a na mão do santo. Familiar dora avante  a TODOS OS MORADORES, entrava na casa deles todos os dias, até que, passados dois anos, copiosamente chorado, foi colocado numa capela sob a denominação de São Francisco. Em 1873, levantando-se nela uma laje, seu crânio foi reconhecido, testemunhando sobre o prodígio e glorificando seu primeiro amigo entre os homens. ("São Francisco de Assis" por Julien Green).

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