segunda-feira, 30 de março de 2015

TRISTÃO:   UM   MESTRE   REALIZADO

Somente depois dos 35 anos, TRISTÃO enfrentou o magistério no RIO.   Disputou um concurso para a cátedra de Sociologia na Escola Normal, depois Instituto de Educação. E foi um escândalo! O diretor da escola, CARLOS WERNECK, logo recebeu um ofício de antigo professor de matemática de Tristão, protestando, por tratar-se de um candidato "católico", convertido em 1928, que estivera presente na missa de sétimo dia do Padre Natuzzi. TRISTÃO SURPREENDEU-SE E INDIGNOU-SE; a SOCIOLOGIA era considerada então "um feudo positivista". Tristão partiu para outra. Participou da banca examinadora do concurso para a cátedra de Literatura Brasileira. Venceu  CLÓVIS MONTEIRO com mínima diferença de  pontos sobre cinco concorrentes, entre os quais Cecília Meireles que  desde então lhe cortou a amizade. Em 1933 inscreveu-se em concurso na Faculdade  Nacional de Direito  na cátedra de Introdução ao Direito, tendo vencido a competição Hermes Lima. Finalmente em 1947, nomeado interinamente diretor da Faculdade Nacional de Filosofia pelo ministro Gustavo Capanema, inscreveu-se num concurso para a cátedra de Literatura Brasileura. Dessa vez "entrei, escreveu Tristão, talvez por não se apresentarem  outros candidatos...". Desde 1929  Presidente do Centro Dom Vital com a morte de Jackson de Figueiredo em 1928, abraçou o magistério particular num curso sobre sociologia e, a partir de 1931, sobre  a doutrina social da Igreja, depois da publicação da encíclica  "Quadragesimo Anno", de PioXI, e da instalação do Centro Dom Vital no velho casarão da Praça Quinze. Em  1941, criada a Faculdade Nacional de Filsofia, assumi ali a cátedra de LITERATURA BRASILEIRA, o mesmo ocorrendo simultaneamente nas Faculdades Católicas, depois transformadas na Pontifícia  Universidade Católica do Rio de Janeiro. "Sempre gostei muito de ensinar. Embora ciente da advertência de Bernard Shaw: "quem não sabe fazer, ensina!". Sempre pontual às aulas, assim caçoavam de mim os alunos: "O professor Alceu não é pontual. Chega sempre antes da aula!" (Fonte:  "Memórias  Improvisadas", diálogos com Medeiros Lima).

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