terça-feira, 17 de março de 2015

A   BEM   DA   VERDADE


Não é raro atribuir-se a uma pessoa um juízo,  uma palavra, um pensamento, uma obra, um feito, e de repente, anos decorridos até, se descobrir ser outra a verdade. Por exemplo:  a partir do  período ditatorial, iniciado no Brasil em 1964, costumava-se citar, como uma justificativa da ruptura do regime democrático no país pelos  militares, um pensamento de peso político não despiciendo e que teria sido pronunciado pelo ministro da justiça do governo de plantão, Dr. Juraci Magalhães: "O  QUE  É  BOM  PARA  OS  ESTADOS  UNIDOS  É  BOM  PARA  O  BRASIL". Em si, um juízo  singelo, um aplicativo  destituído de malícia. No momento, contudo,  corria entre os opositores do regime político em vigor chancelando o boato a idéia de que o estado norteamericano estaria por trás do golpe que nos empurrou para o túnel  misterioso duma ditadura militar. Quarenta anos depois um jornal de Belo Horizonte, o  "ESTADO DE MINAS" (edição de 29/07/2007), entrevistando  o embaixador aposentado MANOEL  PIO  DE  CORRÊA, obteve deste a afirmação de que ocorrera  uma imprecisào histórica na transmissão daquele pensamento do ministro da justiça, afirmando o seguinte: "eu estava presente na reunião em que Juraci Magalhães proferiu a frase verdadeira: "O  QUE  É  BOM  PARA  O  BRASIL  DEVE  SER  BOM  PARA  OS  ESTADOS  UNIDOS", acrescentando: "Ele (Juraci) morreu sem dizer nada, mas me confidenciou que ficara profundamente magoado com toda essa história". 

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