A BEM DA VERDADE
Não é raro atribuir-se a uma pessoa um juízo, uma palavra, um pensamento, uma obra, um feito, e de repente, anos decorridos até, se descobrir ser outra a verdade. Por exemplo: a partir do período ditatorial, iniciado no Brasil em 1964, costumava-se citar, como uma justificativa da ruptura do regime democrático no país pelos militares, um pensamento de peso político não despiciendo e que teria sido pronunciado pelo ministro da justiça do governo de plantão, Dr. Juraci Magalhães: "O QUE É BOM PARA OS ESTADOS UNIDOS É BOM PARA O BRASIL". Em si, um juízo singelo, um aplicativo destituído de malícia. No momento, contudo, corria entre os opositores do regime político em vigor chancelando o boato a idéia de que o estado norteamericano estaria por trás do golpe que nos empurrou para o túnel misterioso duma ditadura militar. Quarenta anos depois um jornal de Belo Horizonte, o "ESTADO DE MINAS" (edição de 29/07/2007), entrevistando o embaixador aposentado MANOEL PIO DE CORRÊA, obteve deste a afirmação de que ocorrera uma imprecisào histórica na transmissão daquele pensamento do ministro da justiça, afirmando o seguinte: "eu estava presente na reunião em que Juraci Magalhães proferiu a frase verdadeira: "O QUE É BOM PARA O BRASIL DEVE SER BOM PARA OS ESTADOS UNIDOS", acrescentando: "Ele (Juraci) morreu sem dizer nada, mas me confidenciou que ficara profundamente magoado com toda essa história".
terça-feira, 17 de março de 2015
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