sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

CENTENÁRIO   DE  MÉRTON  CELEBRADO   TAMBÉM   NO   CÉU

"Cada vez mais começo realmente a me sentir gradativamente só, vendo  os cadáveres que ficaram  pouco a pouco pelo caminho, o último dos quais esse  MÉRTON (10/12/1968)- cuja ausência do mundo num retiro de Getsêmani está se tornando,  cada dia mais para mim, um vácuo sério. Este vácuo, embora poucos no mundo o sintam, pois nunca chegou nem de longe a exercer a influência imensa de Maritain - que realmente foi  um revolucionário e, por isso, mesmo, recebeu em cheio a alma e o assentimento  total de nossa geração - é único.  MÉRTON foi um dos chamados - e por isso é que tanto o senti unido intimamente  ao meu próprio  périplo interior -  foi se libertando da couraça e tornando-se um homem realmente livre. De modo que, ao partir, me deixa totalmente desamparado como apoio intelectual e espiritual "de fora". E deixado às minhas próprias forças ou, antes, fraquezas, não tenho hoje mais nenhum mestre. Só o Mestre . O Único. Ninguém mais no horizonte, longe ou perto. Foi-se JOÃO XXIII, no alto da colina,  aguentando a gente cá de baixo. E foi-se o ermitão que, do fundo de sua solidão,  via melhor do que todos. E para encerrar a série que e screvia sobre Gandhi com citações  do próprio, que MÉRTON escreveu em 1964 sobre uma antologia dos seus pensamentos que, afinal, foi ver de perto na própria Índia, onde afinal foi,  pela graça de Deus,  realizar uma de suas grandes aspirações, que era  conhecer de perto  o monaquismo hindu"(Petrópolis, 06/01/69, em carta à filha abadessa).

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