sábado, 3 de janeiro de 2015

JOSÉ   DE   SOUZA   SARAMAGO  (1922-2010)

Ele nasceu em 1922 e o pai foi levá-lo ao cartório de registro civil para torná-lo cidadão português. Ao declinar o nome da criança, JOSÉ  DE  SOUZA, o funcionário SILVINO (que estaria bêbado no dizer mais tarde do pai), estranhando a falta do sobrenome da criança, exigiu fosse declarado por se tratar de exigência legal. Com voz firme o pai respondeu contrariado: "JOSÉ  de  SOUZA, só!" E aconteceu então o seguinte: "...sob os efeitos do álcool e sem que ninguém se tivesse apercebido da onomástica fraude, decidiu o funcionário por conta e risco acrescentar SARAMAGO ao lacônico JOSÉ DE SOUZA que o meu pai pretendia  que eu fosse" ("As Pequenas Memórias", José Saramago).  Mas sabe-se que SARAMAGO não era um apelido do lado paterno, mas sim a alcunha por que a família era conhecida na aldeia. O certo é que somente tomaram conhecimento da fraude onomástica, quando se apresentou a certidão de nascimento do garoto para os efeitos  de sua inscrição no primeiro ano escolar.  O nome jocoso SARAMAGO aludia a uma espécie de erva ruim que nasce espontaneamente nos campos, tendente no caso a denegrir a família entre os vizinhos da aldeia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário