domingo, 6 de abril de 2014

O   NOVIÇO   JOSÉ  de ANCHIETA   CHEGA   AO   BRASIL

JOSÉ de ANCHIETA era o terceiro de 10 irmãos. Quase todos se conservaram celibatários. De tara guerreira,  porisso escolheu a Companhia de Jesus, fundada por gente de seu sangue e de sua terra. De constituição física voltada à guerra corporal, teve de acréscimo  a valentia hereditária. No Brasil nunca  lhe faltaram inimigos  dentro e fora de si. Dentro de si, uma deformação na espinha, efeito de um choque numa escada, além de certa debilidade  orgânica. Fora de si a companhia da indiaria, o clima dos trópicos, as epidemias, as feras, os bichos, o diabo. No país o clero corrompido, o colono depravado, o selvagen feroz, a heresia. Apesar de estatura medíocre, cor trigueira, diminuto de carnes,  trazia dentro os guerreiros de sua cidade basca.  Num vai-vem  constante entre Bahia, São Vicente, Espírito Santo e Piratininga, entendia de navegação, atendia ao leme. Em terra, tinha planos inteligentes  para defender São Vicente. A pedido de Mem de Sá, socorre a Guanabara, levando na esquadrilha além do Padre Gonçalo de Oliveira 300 homens entre aborígenes e mamelucos. "Tinha tal alma e tal suavidade de  espírito  que o apelidaram  de Canário, por alusão a este pássaro que deu o nome às ilhas, ou vice-versa,  pois pela  melodia de seu canto e pela estima de que gozava,  levaram-no a  ter feito da música a sedução da catequese, pedagogia e louvor a Jesus Cristo, sempre entremeando religião com com cantoria nos templos e nos autos morais e devotos dos pátios  de igrejas, em palcos enfeitados de bandeirinhas, iguaizinhos aos dos milagres musicados da Idade Média.  Antes de vir para o Brasil inscrevera-se  no Colégio dos Jesuítas de Coimbra, aos 17 anos. Devido àquela queda de uma escada  sobre os rins,  "a espinha se curvou, aleijando-lhe feiamente o corpo". Noviço, receiou não poder continuar na Companhia. Adivinhando-lhe esse sofrimento, o padre-mestre Simão  lhe disse: " Deixai esse cuidado, porque Deus vos não quer com maior saúde". Parece que por causa dessa pouca saúde, mandaram-no ao Brasil que, se boa fama não tinha e outras coisas, tinha porém  dos bons ares para os quais os doutores o enviaram então". A 08/05/1553, com o governador Duarte da Costa, veio ANCHIETA com outros missionários, servindo a bordo como ajudante de cozinheiro. E numa boa viagem  como se fazia naquela época em dois meses, do Reino à Bahia, a flotilha ancorou a 13 de lulho na Bahia ("ANCHIETA", Jorge de Lima).

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