O NOVIÇO JOSÉ de ANCHIETA CHEGA AO BRASIL
JOSÉ de ANCHIETA era o terceiro de 10 irmãos. Quase todos se conservaram celibatários. De tara guerreira, porisso escolheu a Companhia de Jesus, fundada por gente de seu sangue e de sua terra. De constituição física voltada à guerra corporal, teve de acréscimo a valentia hereditária. No Brasil nunca lhe faltaram inimigos dentro e fora de si. Dentro de si, uma deformação na espinha, efeito de um choque numa escada, além de certa debilidade orgânica. Fora de si a companhia da indiaria, o clima dos trópicos, as epidemias, as feras, os bichos, o diabo. No país o clero corrompido, o colono depravado, o selvagen feroz, a heresia. Apesar de estatura medíocre, cor trigueira, diminuto de carnes, trazia dentro os guerreiros de sua cidade basca. Num vai-vem constante entre Bahia, São Vicente, Espírito Santo e Piratininga, entendia de navegação, atendia ao leme. Em terra, tinha planos inteligentes para defender São Vicente. A pedido de Mem de Sá, socorre a Guanabara, levando na esquadrilha além do Padre Gonçalo de Oliveira 300 homens entre aborígenes e mamelucos. "Tinha tal alma e tal suavidade de espírito que o apelidaram de Canário, por alusão a este pássaro que deu o nome às ilhas, ou vice-versa, pois pela melodia de seu canto e pela estima de que gozava, levaram-no a ter feito da música a sedução da catequese, pedagogia e louvor a Jesus Cristo, sempre entremeando religião com com cantoria nos templos e nos autos morais e devotos dos pátios de igrejas, em palcos enfeitados de bandeirinhas, iguaizinhos aos dos milagres musicados da Idade Média. Antes de vir para o Brasil inscrevera-se no Colégio dos Jesuítas de Coimbra, aos 17 anos. Devido àquela queda de uma escada sobre os rins, "a espinha se curvou, aleijando-lhe feiamente o corpo". Noviço, receiou não poder continuar na Companhia. Adivinhando-lhe esse sofrimento, o padre-mestre Simão lhe disse: " Deixai esse cuidado, porque Deus vos não quer com maior saúde". Parece que por causa dessa pouca saúde, mandaram-no ao Brasil que, se boa fama não tinha e outras coisas, tinha porém dos bons ares para os quais os doutores o enviaram então". A 08/05/1553, com o governador Duarte da Costa, veio ANCHIETA com outros missionários, servindo a bordo como ajudante de cozinheiro. E numa boa viagem como se fazia naquela época em dois meses, do Reino à Bahia, a flotilha ancorou a 13 de lulho na Bahia ("ANCHIETA", Jorge de Lima).
domingo, 6 de abril de 2014
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