A PAIXÃO DE JESUS CRISTO
Palavras de S. VICENTE de PAULO À SUA COMUNIDADE no dia 28/03/1659:
"Se o Filho de Deus no seu trato diário parecia tão bom, na sua Paixão fez brilhar ainda mais a sua mansidão. Foi a ponto de não lhe escapar palavra alguma de censura contra os deicidas que o cobriam de injúrias e escarros e zombavam de suas dores. "Meu amigo", disse a Judas que o entregava a seus inimigos. Oh! que amigo! Ele o via vindo a cem passos... o tinha visto todos os dias, desde sua concepção, e vai ao seu encontro com esta suave palavra "Meu amigo". Ele tratou todos os outros do mesmo modo: "Quem estais procurando? Eis-me aqui!"Encontraremos atos prodigiosos de mansidão que superam o entendimento humano? consideremos como conservou essa mansidão em todo lugar. É coroado, carregado com sua cruz, estendido em cima dela. Fazem-lhe entrar os pregos à força em seus pés e em suas mãos. Levantam-no e deixam cair sua cruz com violência no buraco que lhe haviam preparado. Enfim, tratam-no o mais cruelmente possível, ficando bem longe de tratá-lo com alguma mansidão em tudo isso. O que ele diz na cruz? Cinco palavras onde não há uma só que seja de impaciência. Ele diz, é verdade: "Eli Eli, meu Pai, meu Pai, por que me abandonaste? Mas não é uma queixa, é uma expressão da natureza sofredora que padece no último grau sem consolação alguma; a isso a parte superior de sua alma aquiesce com mansidão; senão, tendo o poder de derrubar aqueles canalhas e de acabar com todos eles para se livrar de suas mãos, tê-lo-ia feito, mas não o fez! Ó Jesus, meu Deus! Que exemplo para nós que decidimos vos imitar! Que lição para aqueles que não querem sofrer nada!"
quinta-feira, 10 de abril de 2014
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