sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

NADA QUE É HUMANO ME PODE SER ALHEIO

O quinto planeta visitado pelo PEQUENO PRÍNCIPE era o menor de todos, com um espaço suficiente apenas para um lampeão e um acendedor de lampeões. Pensando bem, concluiu que ali pelo menos o ofício do ocuoante tinha um sentido: quando acendia um lampeão, era como fazer nascer uma estrela a mais ou uma flor. Parecia uma ocupação bastante alegre e útil. Dirigindo-lhe a palavra: "Bom dia, por que acabas de apagar o lampeão?" "É meu dever, o procedimento, respondeu o acendedor. Bom dia!" "Qual é o dever, o procedimento?" "É apagar o lampeão, boa noite!" E logo o acendeu. Depois de enxugar o suor do rosto, e de explicar que outrora o trabalho era razoável, pois, cumprido o dever, tinha o resto do dia e da noite para descansar, acrescentou: "Hoje o trabalho é terrível! De ano em ano o planeta faz a volta mais rápido, e meu dever não mudou; acendo e apago o lampeão de minuto em minuto!!!" Deixando de lado a leveza outrora ou a dureza atual do ofício de acendedor de lampeões do Petit Prince, quantas vezes se vê o ser humano diante de um dilema burocrático ou até moral, ou de consciência, ou religioso! De um lado, o sistema depende de padronização ou rotinas para bem se obter o resultado. De outro lado, a aplicação de regras predeterminadas poderá causar efeitos desastrosos! De um lado, a lei, o regulamento. Do outro lado, o bom senso. Muitas vezes, "uma boa receita para produzir o pior dos mundos é aplicar com máximo zelo todas as leis vigentes", escreve Hélio Schwartsman (Folha de São Paulo, 27/01/12), concluindo: "A solução para evitar esses paradoxos, além de rever e aprimorar os protocolos, é deixar que as pessoas usem o seu bom-senso. Na média, ele mais acerta do que erra. Essa ao menos foi a aposta da natureza, ao dotar os humanos de cérebros capazes de comportamento flexível, isto é, de responder de forma diferente a diferentes situações". Não foi assim que agiu JESUS CRISTO, DEUS e HOMEM, expulsando com o uso dum chicote os vendilhões do templo, apesar de manso e humilde de coração, e não ofecendo a outra face ao assessor de Anás, quando este lhe deu um sopapo numa das faces, contrariando o que ensinara?

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