domingo, 15 de janeiro de 2012

CASTIGOS FÍSICOS EM CRIANÇAS?

Vê-se, atualmente, na televisão um quadro com a finalidade de tornar conhecida a lei que criminaliza os castigos físicos de pais a filhos. Uma mãe, surpreendendo o filho jogando bola na sala, lembra zangada que já o havia proibido de fazer tal ação. Nisto, ouve-se ruído de vidro quebrado, enquanto a mãe, super nervosa, erguendo a mão e a voz ameaçadora prestes a cair sobre a criança: "Eu já não lhe disse que não jogasse bola na sala?" e lá estão os cacos da jarra partida no chão! E de imediato a mão materna, "o gesto suspenso em meio a um delicado tremor, entre o anelo e o receio de tocar essa flor" (Henriqueta Lisboa, in "Flor de São Vicente", pp. 171, "MONTANHA VIVA - CARAÇA"), baixando a mão, constrangida, pede desculpas ao filho que promete corrigir-se. A cena me lembra a figura de um sábio sacerdote lazarista francês, Padre Guilherme Pouget (JEAN GUITTON in "Dialogues Avec Monsieur Pouget") que muito influenciou o filósofo BERGSON na sua conversão ao Catolicismo, quando numa de suas aulas, querendo provar que Jesus Cristo se humilhava diante de seu PAI CELESTE mas não diante dos homens, citou o Evangelista Sào Joào ( cap. 18, 19 a 24), assim escrevendo: "Quando Jesus foi interrogado pelo grande-sacerdote sobre sua doutrina e discípulos, JOÃO nos dá o detalhe de sua resposta: Eu jamais falei em segredo, interrogai aqueles que me ouviram. Todo aquele que é da verdade ouve minha voz. Se eu falei mal, provai o mal que falei, que fiz! Mas se eu falei a verdade, por que me batem? É que, ouvindo isto, um dos guardas presentes deu uma bofetada em Jesus". E Monsieur Pouget termina a exegese do texto bíblico: "Olhai como Cristo é nobre! Quando foi esbofeteado publicamente pela autoridade, não ofereceu a outra face para ser esbofeteada, mas disse simplesmente: Se mal falei, dai testemunho do mal; mas se falei bem, por que me bateis:" Obs.: se uma criança quebra com um chute dentro de casa uma jarra, é preciso mostrar a ela a razão, dar o testemuno, provar, justificar o motivo da proibição. Crianças são crianças, isto é, ïnfantes" = seres humanos que mal falam, de pouca idade (infans, termo latino = mudo, que não fala), donde o poeta romano PLÍNIO (62/125 Depois de Cristo) ter usado a expressào "infantes pulli" = pintinhos nascidos há pouco, em que "infantes" tem o significado de "de pouca idade", os recém nascidos de quaisquer animais.

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