sábado, 28 de janeiro de 2012

LAICIDADE EXACERBADA NA FRANÇA

O reaquecimento do clima entre o ESTADO e as RELIGIÕES que dominou objetivamente os últimos 50 anos na FRANÇA e que era palpável, quarta-feira, dia 25/01/12, por ocasião DAS CONGRATULAÇÕES do Presidente da REPÚBLICA àS Religiões, promovedor de uma "LAICIDADE POSITIVA", corre o risco de transformar-se, caso FRANÇOIS HOLLAND fosse escolhido para essa responsabilidade. Caso isso acontecesse, o ambiente entre o ESTADO e as RELIGIÕES poderia ter como resultado não somente o resfriamento, mas uma geleira da 'LAICIDADE". Uma espécie de "LAICIDADE NEGATIVA", APÓS A "LAICIDADE POSITIVA"... mesmo se o Partido Socialista falasse de um retorno à verdadeira "LAICIDADE". A uma "LAICIDADE NEUTRA". NÃO SERIA UMA OPÇÃO POLÍTICA OU PARTIDÁRIA. NENHUM DOS RESPONSÁVEIS RELIGIOSOS PRESENTES, QUARTA-FEIRA, - JUDEUS, CATÓLICOS, ORTODOXOS, PROTESTANTES, MUSSULMANOS, BUDISTAS - COMETERIA O ERRO DE SE PRONUNCIAR POR UM CANDIDATO. Todos poderiam retomar, para sua religião, o que justamente disse MOHAMMED MOUSSOUI, presidente do CONSELHO FRANCÊS DO CULTO MUSSULMANO, na sua saída do Eliseu: "A Comunidade Mussulmana atravessou como todas as outras comunidades por todas as correntes políticas e foi bom. A pluralidade política deveria poder exprimir-se nesta comunidade como todas as outras. Não penso que se possa organizar país e nossos cidadàos em função de sua adesão religiosa. Isto seria nada bom. Neste momento da semana, os debates estavam focalizados sobre a proposição de FRANÇOIS HOLLAND DE "CONSTITUCIONALIZAR a Lei de 1905, o que teria tido por consequência por-lhe um fim com o estatuto particular da Alsácia-Mosela. Ele se retratou depois sobre esse ponto, o que decepcionou fortemente minha colega Carolina Fourrest na sua interessantíssima crônica "sem retorno", publicada no Le Monde de 28/01, representatitiva de certa corrente de opinião. Mas o problema é ainda mais vasto. CLAUDE ROTY, presidente da FEDERAÇÃO PROTESTANTE DA FRANÇA, resumiu perfeitamente, nessa mesma quarta-feira, no mesmo lugar, a preocupação das RELIGIÕES: "meu receio não é tanto a Alsácia, porque esta questão lá não é racional, mas antes a ideia que é veiculada. Ela consiste em fazer da separação da Lei de 1905 uma separação da sociedade em que se vai doravante separar a sociedade das Religiões. Não se trata mais da LAICIDADE nem da LEGALIDADE que não figuram na constituição: trata-se de uma forma de "LAICIDADE EXACERBADA". Sem contar - e é por isto que eu penso que as RELIGIÕES deverão sair da toca nos meses que vêm, mesmo que não queiram - que FRANÇOIS HOLLANDE anuncia francamente pela dupla: o casamento homossexual e a eutanásia... acrescida ao "LAICISMO EXACERBADO" de novo levantado pelo moderado CAUDE ROTY, o perfeito coquetel para se atirar nos braços das RELIGIÕES, ENQUANTO TAIS. E UMA PARTE SIGNIFICATIVA DE SEUS ELEITORES QUE NÃO TRANSIGEM SOBRE TAIS ASSUNTOS. O QUE NÃO É DESPREZÍVEL, SE AS COISAS SE JUNTAM. A seguir, pois, mas há também problemas igualmente importantes. Último ponto: após o livro publicado semana passada pelo cardeal ANDRÉ VINT-TROIS, "Que socidade queremos?", coleção dos recentes posicionamentos políticos da igreja católica, o GRANDE RABINO DA FRANÇA, GILLES BERNHEIM, anuncia a publicação pela STOCK de um livro similar em que é entrevistado por diferentes personalidades. Deveria intitular-se: "Detenhamo-nos por um momento... antes de votar". CLAUDE ROTY por sua vez foi pressionado por ocasião da assembleia geral da FEDERAÇÃO PROTESTANTE DA FRANÇA, não permanecer em silêncio antes do importante pleito eleitoral à vista. Até o momrnto só os MUSSULMANOS anunciaram nào quererem pronunciar-se publicamente sobre política. Debates apaixonantes portanto! ( Mensagem de JEAN-MARIE GUÉNOIS, em LE FIGARO EM FINS DE JANEIRO DE 2012).

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