BARBACENA BERNANOS BRASIL

Em 1996 inaugurou-se em BARBACENA, Minas Gerais, no bojo do movimento cultural ali instituído, "MMEMÓRIA VIVA" o "MUSEU DA LOUCURA", no sítio outrora ocupado por um hospital psiquiátrico. Antes, porém, em 1968, o governador mineiro já havia inaugurado na cidade o "MUSEU GEORGES BERNANOS" na casa onde, de 1940 a 1944, se abrigara o escritor francês "GEORGES BARNANOS". Nascido em Paris em 20/02/1888, foi soldado na GUERRA de 1914 e Repórter na Guerra Civil Espanhola (1936). Já residindo na Espanha desde 1934, aí escreveu o livro "DIARIO DE UM PAROCO DE ALDEIA", "monumento da literatura católica do século XX. Desgostoso dos movimentos totalitários europeus, nazismo, fascismo, comunismo, em 1934 deixou a pátria com os 6 filhos em demanda do Paraguai omde tencionava criar gado numa fazenda. Sem o resultado esperado, veio estabelecer-se no Rio, na praia de Botafogo, buscando pouco depois o Estado de Minas Gerasi , Paracatu, a conselho de Afonso Arinos de Melo Franco. De 1940 a 1944 vemo-lo em BARBACENA, residindo no bairro denominado CRUZ DAS ALMAS, num casarão donde , graças aos préstimos de Assis Chateuubriand, pode remeter para os franceses através da BBC de Londres diversas mensagen que constituem dois volumes,intituladps LE CHEMIN DE LA CROIX DES AMES". "Nesta hora, a mais negra de minha vida, assim escreveu, procuro um pensamento o mais puro com que ossa deixar repousar o coração. Nesta hora de dor,em nada mais quero pensar senão nos amigos do meu país. Dunquerque, Bretagne, Mongador! Conhecia-as todas, Toulon, a janela de meu quarto abria-se sobre a enseada do Marne a perder de vista. Não são estas, porém, minhas visões de hoje. Como tantas vezes me tem ocorrido, basta-me fechar os olhos agora para que me surja com prodigiosa claridade cada ponto do antigo front, do front dos homens livres, onde eu acreditva morrer, onde a terra me parecia marcada para minha sepultura. Dentre tantos outros, um lugar especialmente, esse pequeno campo quase à beira do Marne, um pouco ante de Château-Thierry. Ali estava meu lugar no vosso meio, amigos meus, meus companheiros, jovens destemidos, almas aimples inflexiveis. A lembrança desse pedaço de chào em que a morte me fugiu é tudo que me resta agora da França. Durante todo o tempo em que durar a vergonha, será minha pátria esse pedaço de terra!" No livro "FRANÇAIS SI VOUS SAVIEZ" BERNANOS deixou escrito o seguinte: "Não diziam os brasileiros aos seus filhos e as suas esposas que a França era a mais esclarecida das nações? Assim se criou uma tradição francesa cujas raízes no Brasil são muito mais profundas que as da hispanidade nos países de língua espanhola"