domingo, 7 de março de 2010

THOMAS MERTON - 2

Thomas Merton nasceu em 31/01/1915, em Prades, na França. Falecendo-lhe a mãe aos 6 anos, foi viver com os avós maternos. Foi dos lábios da avó, que lhe ensinou o Pai-Nosso, que nele brotou o desejo de entrar numa igreja católica. Em 1930, falecendo-lhe o pai, o avô materno leva-o a conhecer a América. Durante a travessia do Atlântico, vive uma experiência com uma jovem, o que o transtorna de tal modo que se torna comunista. Regressa a Inglaterra onde viveu uns tempos com o pai. E em 1931, procura o rumo da Itália. Aí Deus o esperava!. "Foi em Roma, escreveu, "que a minha convicção se alicerçou; foi onde vi pela primeira vez Aquele a Quem agora sirvo como meu Deus e meu Rei e que governa minha vida inteira". Sentindo então aí um dia a presença quase física do pai falecido, caiu na conta da triste situação moral em que se encontrava. Entrou na igreja de Santa Sabina, ajoelhou-se diante do altar e rezou o Pai-Nosso com um sentimento de fé que nele alvorecia. Dirigiu-se à Trapa de "Tre Fontane", sem contudo se ter atrevido a estar com os monges. Chegado como turista a Roma, foi como peregrino que regressou à Inglaterra. Aí permaneceu até fins de 1934. No inverno de 1935 com 20 anos matricula-se na Universidade de Colúmbia. Dedica-se ao estudo do espanhol, do alemão, da literatura francesa, frequenta cinemas e "fraternidades", passa a publicar artigos e novelas, tornando-se muito ocupado. Não conhecia, porém, a Bíblia! Eis o que escreveu: "Assimilando tanta coisa, sentia-me vazio de tudo. E neste extremo de miséria e humilhação, fui vítima de uma aventura sentimental durante a qual procederam comigo como eu tinha procedido com tantas pessoas nesses últimos anos. Merecido castigo para aquele que como eu se assemelhava a um cachorrinho a mendigar carícias. Assim morria o homem, que eu sonhava vir a ser. Mas o meu fracasso foi ocasião da minha salvação!" Em fevereiro de 1937 caiu-lhe nas mãos "A história da filosofia na idade-média", de Etienne Gilson (1884). O "nihil obstat", porém, e o "imprimatur" estiveram a ponto de fazer-lhe pôr de lado o livro católico. Vencendo a repugnância, impressionou- se com a palavra "asseidade", termo pelo qual os filósofos exprimem que o "ser de Deus não tira sua razão de ser senão de si mesmo (a se ipso), termo que define ao mesmo tempo a perfeita liberdade de Deus que não depende de nada nem de ninguém". Compreende que a fé dos católicos não se cifrava em certa noção vaga e supersticiosa mas que se lhe revelava em todo o seu conjunto profundamente exata, simples e precisa". Em Colúmbia muito o influenciaram Mark van Doren, Ed. Rice e Bob Lax, além do judeu Meio-Hamlet, Meio-Elias, Seymour, Gibney, Gerdy e outros. "Ao estudar William Blake, cujos poemas escolheu para assunto de sua tese ao bacharelar-se em artes, convenceu-se de que a "a única maneira de viver é viver em um mundo saturado da presença de Deus". Lê as "Confissões" de Santo Agostinho", a "Imita'cão de Cristo", por sugestão do mais dinâmico de seus amigos, o pequeno monge hindu Bramachari". Nasce-lhe o desejo de entrar em contato com um sacerdote. Pode-se então afirmar que, pelo outono de 1938, estão lançados os alicerces de sua conversão ao Cristianismo" (continua).

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