quinta-feira, 4 de março de 2010

THOMAS MERTON - 1

Atencioso "seguidor"C.D.c.m.: "Tarde da noite. Os cafés de Paris tinham já cerrado as portas. Um táxi para, o passageiro segue um empregado pela porta giratória até o vestíbulo de um dos maiores hotéis da cidade. Pela mala pintalgada de etiquetas descobre-se um homem de negócios, importante. Ao tomar o elevador, sente alguém, uma mulher de hábito de monja, olhando para ele. Demasiado atarefado pela sua posição, como reconheceria pela capa branca e o burel castanho tratar-se de uma Carmelita Descalça? Surpreendente: a jovem sorri e sorri para ele! Rosto de francesa, cheio de candura, sorriso de franca e indisfarçada amizade. Ao assinar o registro, não se contém. Olha para trás. A freira desaparecera! Pergunta ao empregado: "Quem era a freira que estava ali?" "Perdoe-me, mas que diz o senhor?" "Aquela freira... quem era afinal? Aquela que acaba de sair e sorria para mim!" "O senhor está equivocado. Uma freira, num hotel, a esta hora da noite! Freiras não andam vagando pela cidade e sorrindo para homens!" "Sei disso! Por isso mesmo gostaria que me explicasse o fato de haver uma aparecido e sorrido para mim agorinha mesmo, aqui neste vestíbulo!" Encolhendo os ombros, o empregado respondeu: "O senhor foi a única pessoa que entrou ou saiu nesta última meia hora!" Tempos depois, o viajante que vira a freira trocara o terno por um burel pardo, com um escapulário pardo por cima e um grosso cinturão de couro afivelado na cintura. O mais misterioso aqui é que a história é verdadeira. Algum tempo volvido após a visão no hotel, deparou-se com um retrato da mesma freira e então lhe disseram que se tratava de SANTA TEREZINHA DO MENINO JESUS. Um dia encontraram-no de barba crescida, cabeça raspada, deitado debaixo de um trator, de burel e com manchas de graxa de eixo por toda a cara. Tornara-se TRAPISTA (" ÁGUAS DE SILOÉ", THOMAS MERTON).

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