quinta-feira, 18 de março de 2010
CENTENÁRIO DE JOAQUIM NABUCO
Foi na década de 30 do século passado que, aluno do curso primário, JOAQUIM NABUCO entrou no meu consciente, quando do estudo na escola do abolicionismo. E neste ano de 2010 comemoramos o centenário de seu falecimento. E o faço, oferecendo aos seguidores amigos tópicos de uma intervenção sua, realizada na Câmara dos Deputados, no Rio, no dia 15/05/1879: "Eu desejava concordar com os nobres deputados em que se deveria deixar a liberdade a todas as seitas (religiosas); mas enquanto a IGREJA CATÓLICA estiver diante das outras seitas em uma situação privilegiada, os nobres deputados hão de admitir que ela vai fazer ao próprio Estado de cuja proteção se prevalece uma concorrência poderosa no terreno verdadeiramente leigo e nacional do ensino superior. Se os nobres deputados querem conceder maiores franquezas, novos forais à Igreja Católica, então separem-na do Estado. A Igreja Católica foi grande no passado, quando era o Cristianismo. Quando nascia no meio de uma sociedade corrompida. Quando tinha como esperança a conversão dos bárbaros que se agitavam às portas do Império minado pelo egoísmo, corrompido pelo cesarismo, moralmente degradado pela escravidão. A Igreja Católica foi grande, quando tinha que esconder-se nas catacumbas, quando era perseguida. Mas, desde que Constantino dividiu com ela o Império do mundo, desde que de perseguida ela passou a sentar-se no trono e a vestir a púrpura dos césares, desde que ao contrário das palavras do seu divino fundador que disse: "O meu reino não é deste mundo", ela não teve outra religião senão a POLÍTICA, outra ambição senão o GOVERNO, a Igreja tem sido a mais constante perseguidora do espírito de liberdade, a dominadora das consciências, até que se tornou inimiga irreconciliável da expansão científica e da liberdade intelectual do nosso século. Não sou inimigo da IGREJA CATÓLICA. Basta ter ela favorecido a expansão das artes, ter sido o fator que foi na história, ser a Igreja da grande maioria dos brasileiros e da nossa raça, para não me constituir em seu adversário. Quando o Catolicismo se refugia na alma de cada um, eu o respeito; é uma religião da consciência, é um grande sentimento da humanidade. Mas do que sou inimigo é desse catolicismo POLÍTICO, desse catolicismo que se alia a todos os governos absolutos, é desse catolicismo que em toda parte dá combate à civilização e quer fazê-la retroceder".
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