sábado, 9 de maio de 2015

OPUS   JUSTITIAE   PAX

Sempre que entrava na igreja do Cristo Redentor em Laranjeiras, no Rio, o nosso jornalista e escritor carioca Luiz Paulo Horta (1943/2013) costumava dizer: "Contribuí com  pelo menos um tijolinho na construção deste templo, e espero  que isso seja contabilizado lá em cima..." É que, durante aquela  construção, com apenas  seis anos,  um acordeão maior que ele ao colo, num palco improvisado na obra,  NOSSO LEIGO CATÓLICO LUIZ HORTA conseguia alguns dinheiros, logo doados à paróquia. Como Luiz Horta, eu invejaria poder dizer: "O só pensamento da segunda guerra mundial (1939-1945)  me traz à memória, sobretudo  nestes dias,  a lembrança daqueles tristes anos de minha infância e preadolescência, em que, pequeno   jornaleiro, vendendo jornais nas duas ruas de cima e de baixo de minha cidade mineira, contribuía para o conhecimento, em  meia dúzia de conterrâneos, de algo acontecendo no mundo de então: a destruição da marinha americana em Pearl Harbor pelos japoneses em dezembro de 1941. A posse de exemplares do jornal sovietico Svestia que, desviados de Caracas, terminavam a viagem  na agência dos correios do Caraça onde eu estudava. Ou os caminhões de cascas de babaçu e  de ferro velho levados de Minas para o governo  federal enviar para a América do Norte. Perdoe-me, Luiz Horta, a ingênua  presunçao de imitar sua inteligente exclamação  na igreja de São Salvador!  Nem nos faltava, a nós alunos do Caraça,  enquanto nos céus de Londres e da Alemnha a RAF e a Luftwaffe cumpriam suas bélicosas missões, a um grupo de  alunos do Colegio do Caraça adotarem os nomes dos mais falados chefes das forças beligerantes. Eu era o General Zukov que invadiu a Alemanha pelo leste e entrou em Berlim. Oh tempora, oh mores! É por causa de tantas vívidas lembranças, nestes dias  despertadas, que minhas desgastadas cordas sentimentais ensaiam um ressurgir  de saudades e tristezas a me povoarem  a alma na passagem destes setenta anos do término da segunda grande guerra mundial, face a  tantos fatos hoje só por nós, passados dos oitenta, a revolverem o subsolo de nossas existências. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário