segunda-feira, 30 de abril de 2012

AMOR DADO, AMOR GUARDADO... SEMPRE!

Encontrei-me há pouco, sob uma chuva fina e fria a turvar a manhã, noutros dias tão brejeiramente carioca, com o pequeno BENTO que, de tão miúdo, correu por vezes o risco de, em minhas andanças pelas calçadas de nossa rua, ser por mim atropelado. Por culpa minha só, não! É verdade que costumo andar nos passeios como à procura da sepultura, donde não saudar conhecidos, não oferecer a preferência a quem vem, mas, em troca, poder evitar obstáculos materiais ou "orgânicos". E lá vinha traçando seus passos curtos e rápidos nos calçamentos de pedras portuguesas (?), absorto apenas nos eflúvios que lhe afetavam o olfato, até ser detido por região propícia a uma parada de emergência fisiológica, o pequetito BENTO que completa depois de amanhã um ano e meio. O pai dele, ou seja lá qual for o nome que se lhe dê, deve lembrar-lhe a figura do gigante Golias da História Sagrada, livro de nossa infância em que aprendíamos a conhecer a Deus. O contraste fica só nisto também, pois ambos se revestem de tranquilidade, de paz e simpatia contagiantes. Sempre lhes deixo uma palavra e hoje lhes confiei o que li nalgum canto de jornal ou livro: "Amor dado, amor guardado". Mas...quem não sabe isto? Pois se até nos irracionais , ou brutos, esta virtude é dom da natureza, de Deus! Se um dia visitar o Rio e em Botafogo você se achar na Rua Eduardo Guinle, rua pouco extensa, topando com um senhor de seus setenta anos, cabelos grisalhos, de forte compleição, de andar compassado, procure o BENTO perto, ou não longe, dele. Encare-o, com simpatia. Cumprimente-o pelo monástico nome. Você saberá então por que fiquei amigo dele. Parece-me que numa contraposição a seu porte, não mais de meio metro de comprimento, se tanto, a gratidão amorosa por quem o adotou sobressai com muito mais vivacidade nos olhinhos de azeviche, na contínua atenção aos pés do benfeitor e também, repito, pela excentricidade do tamanho.

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