quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

INDULGÊNCIAS

Vimos que na confissão a absolvição dada pelo sacerdote apaga não só a culpa (nódoa do pecado) mas também a pena eterna (castigo) merecida. Vimos, porém, também, que, embora perdoada a culpa e o castigo ou pena eterna, o pecado, mesmo perdoado, deixa no pecador uma tendência para o mal ou alimenta uma desordem interior. Esta desordem deve ser extinta, para que o cristão possa ver Deus face-a-face na outra vida. Para extirpar essa desordem, o penitente deve excitar em si o amor a Deus, capaz de vencer todos os amores desregrados, o que se realiza pela prática da mortificação e das boas obras e, na Igreja dos primeiros tempos, pelo jejum. Como este praticamente se tornou inexequível, na Idade Média a Igreja propôs obras mais fáceis, às quais anexou os méritos de Cristo, através das INDULGÊNCIAS. INDULGÊNCIA (do vocábulo latino "indulgere" = ter compaixão) é a remissão que a Igreja Católica nos faz da pena temporal devida aos pecados já perdoados. A aplicação da INDULGÊNCIA se faz pelo emprego muito justo e legítimo das riquezas ou méritos que constituem o chamado TESOURO DA IGREJA. Este TESOURO consta dos méritos superabundantes de JESUS CRISTO, da Santíssima Virgem Maria e dos Santos, e também de todas as BOAS OBRAS DE TODOS OS FIËIS. A indulgência é PLENÁRIA quando liberta totalmente da pena temporal devida pelos pecados. Será PARCIAL, e libera só parcialmente ou EM PARTE da pena temporal. As INDULGÊNCIAS podem aplicar-se tanto às pessoas vivas como às pessoas já falecidas e que se encontram no purgatório. Para bom entendimento do assunto, é preciso saber que o pecado tem uma dupla consequência. O pecado grave nos priva da comunhão com Deus e nos torna incapazes da vida eterna no paraíso; esta privação se chama "PENA ETERNA" do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, acarreta um apego prejudicial às criaturas, às coisas criadas por Deus, que exige purificação, quer aqui na terra, quer depois da morte, no estado chamado "purgatório. Esta purificação liberta da chamada "PENA TEMPORAL" do pecado. Essas 2 penas não são uma espécie de vingança infligida por Deus do exterior, mas antes como uma consequência da própria natureza do pecado. Uma conversão que proceda de uma ardente caridade pode chegar à total purificação do pecador, não subsistindo mais qualquer pena.

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