sexta-feira, 1 de novembro de 2013

TRISTÃO  DE   ATHAYDE   E   O   CELIBATO SACERDOTAL

Não se supõe mais proibido discutir-se, hoje em dia, sobretudo após a elevação de Francisco à  sede episcopal de Roma,  sobre o celibato sacerdotal. Confesso que, leitor assíduo e cativo de Tristão de Athayde, só encontrei entre seus escritos um trecho em que toca no assunto. E no caso para recriminar quem em nosso país ousou encabeçar um movimento em favor da abolição do voto de castidade como condição para um homem ordenar-se sacerdote. Numa carta de 23/07/1928, dois meses antes de se converter ao catolicismo, eis o que disse a Jackson de Figueiredo, seu mentor espiritual: "É curioso, eu me sinto mais católico, quando leio essas revistas que me seduzem  doidamente ( refere-se à revista "cultura", de um filho "rubro leninista"de João Mangabeira), do que quando leio jornais católicos "nossos". Se minha volta à Igreja se tivesse dado 10 anos atrás, quando eu era só, sem compromissos, sem encargos, sem responsabilidades, talvez pudesse fazer mais por ela". E revoltoso, parece-me: "E o Padre FEIJÓ queria suprimir o celibato! Que criminoso! E como é sábio o Vaticano! Só o homem solitário pode ser heroico e santo mesmo!" Talvez espante hoje o pensar então do nosso mestre Alceu. Que pouco antes de deixar-nos assim aquietou Geneton numa entrevista: "...foi Chesterton o primeiro escritor depois de minha conversão...eu vivia ainda sob o signo  da autoridade que marcou aquela conversão. Só descobri a minha liberdade depois de minha  re-conversão. Converti-me pela mão de um autoritário que era JACKSON DE FIGUEIREDO, um autoritário que se dizia reacionário,   mas era no fundo um revolucionário às avessas. Mas logo em seguida, entre 1928 e 1938, passei a ver na Igreja, não uma mestra  de autoridade, mas um estímulo à Liberdade. Eu me converti sob o signo da autoridade e me reconverti  a partir de 1940 a um espírito  de liberdade". Amanhã, FINADOS, no São João Batista, no Rio, à porta da arca sagrada que lhe vela o corpo à espera da re-união com sua santa alma, gostaria de ouvir sua opinião sobre o CELIBATO SACERDOTAL.

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