sexta-feira, 1 de novembro de 2013

DIES   IRAE  em  Melhor Latim

Chora, chora, ó turba triste, com lutuoso lamento. Já verás o lacrimável teatro do drama.  Eis avança o próprio juiz, três vezes o maior dos juízes.  E o clamor  indicativo das trombetas e o som último.  Surge multidão encerrada nos sepulcros, já se abre o tribunal.  Daí aos maus, daí aos justos, digna recompensa se dá. Eis refulge a Cruz, prenúncio do juiz de Sião. Eis a um e outro lado brilham à frente as insígnias da Paixão.  Surgi, todos,  tu, carneiro torpe, ocupa o lado da esquerda. Vós, ovelhas, ide para a direita, já nenhum lobo vos ataca. Surgi, pecadores, surgi santos em plena luz ao que está julgando. Eis que está assentado em um assento brilhante o alto Pretor.  Cujo claro rosto é raio e as  palavrs são trovões. Já soará um grande rumor, dando a cada um justas recompensas. Uma ala numerosa se aglomera junto do assento do supremo Presidente. Mais ainda, temem-no também  as ordens inferiores dos rebeldes. Aqui então será apresentado um livro, que estará patente a todos.  Quanto horror, quando for lida a culpa oculta nos corações! A culpa triste, a culpa cruel,  filha escura da noite, que a ira de Deus atingirá oprimindo os íntimos flancos. Porque numa balança severa pesará os crimes. E logo estabelecerá com justo quinhão as diferentes responsabilidades de todos. Quando me lembro desse dia empalideço como um réu suplicante. Quando for chamado ao tribunal, perdoa, Deus investigador.  Estremecerei todo quando estiverdes sentado, quando se fizer o juízo.  Uma causa se tratará, estando eu calado,  que depois se divultigará. Ao certo o que há de ser, terminada a causa, não o sei. Porque o juiz, exposta a questão, proferirá a sentença. Ide, dirá aos criminosos, para os profundos infernos. Mas vinde, dirá aos gloriosos, para os supremos astros (Dominus tecum).

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