quinta-feira, 26 de julho de 2012

MUSEU DE STEFAN ZWEIG EM PETRÓPOLIS

A FOLHA DE SÃO PAULO de hoje, 26/07/12, noticia que domingo próximo, 29/07/12, será inaugurada em Petrópolis, na Rua Gonçalves Dias, 34, a CASA STEFAN ZWEIG, transformada em museu, 70 anos depois do seu suicídio e da esposa no dia 24/02/1942. O fato marcou bastante a passagem de minha infância para a adolescência - eu tinha 13 anos - estudando internado no Colégio do Caraça. Seu livro, BRASIL, PAÍS DO FUTURO, lido no refeitório durante o almoço, despertava-nos no espírito o patriotismo, prendendo-nos a atenção pelas qualidades literárias do autor. Segundo o presidente do museu, ALBERTO DINES, autor do livro "MORTE NO PARAÍSO"- a tragédia de Stefan Zweig - "a casa será um centro de memória baseado nos princípios modernos de usar interatividade, materiais audiovisuais", para que as pessoas possam sentir o clima do ambiente, estando, por exemplo, no quarto em que o escritor com a esposa suicidaram-se. No dia seguinte a esse evento, a diplomata e poetisa GABRIELA MISTRAL, presente na cidade de Petrópolis, escrevendo a amigo, assim se expressou: "Fui ao centro de Petrópolis às 11,30. Meu ônibus deve ter passado pela casa de nosso amigo ao meio-dia: a essa hora ele e sua mulher agonizavam ali, sozinhos, sem que ninguém soubesse dessa agonia...Não conseguimos fazer nada por ele, além do fato de que o amávamos, porque era a coisa mais natural ter por ele admiração e profunda ternura. Ah! Que os religiosos não removam esses ossos de quem já fugiu duas vezes, e que renunciem à tentação do julgamento superficial de um morto que deixa empobrecida toda a humanidade, e certamente os melhores. Nele havia o mel de Isaías, a chama de São Paulo e a ambrosia de Ruth". Alberto Dines lembra o descaso oficial com a memória do escritor: logo depois da morte o cunhado de Zweig ofereceu ao Brasil "acervo de valor intelectual": 500 volumes, todas as obras no origina, manuscritos, móveis e objetos pessoais, fotos autografadas dos amigos íntimos, como Freud, Toscanini, Strauss. A oferta foi encaminhada ao ministério da justiça em 1943, "que não se mexeu, porque estava infestado de integralistas e não achou importante".

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