domingo, 15 de julho de 2012

GUSTAVO CORÇÃO E A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Eis como o escritor e pensador, GUSTAVO CORÇÃO (1896/1978), convertido ao catolicismo na década de 40, sintetizou o surgimento do mundo capitalista, que desembocou no da globalização, em seu livro "DOIS AMORES E DUAS CIDADES", PP. 235; afirmou primeiro que foi o empirismo filosófico dos nominalistas da Idade Média, reforçado depois pelos empiristas do século XVIII, que trouxe ao mundo um maior interesse pelas ciências. "Na verdade, proseguiu o mestre, as pesquisas e medidas físicas desenvolvidas no século XVIII recebem seu influxo das energias espirituais do ocidente cristão. Observe-se a generosidade com que os reis subvencionam expedições onerosíssimas para medir arcos do meridiano, determinar a distância da Terra ao Sol; ou a generosidade de George III da Inglaterra (1738/1820) dando a William Herschell (1738/1822) uma soma enorme para montar seu observatório, etc. Ninguém poderá dizer que os reis e mecenas se inspiravam NUMA FILOSOFIA UTILITÁRIA, e tinham o que hoje chamaríamos a "VISÃO DO BOM INVESTIMENTO". Salta aos olhos a GRATUIDADE, ou melhor, a EMULAÇÃO vinda de inspiração mais alta. A ciência progredia a custa de ESFORÇOS NÃO REMUNERADOS (em termos utilitários), porque ainda havia no ocidente enormes reservas espirituais capazes de produzir atos de heroísmo e de alegria do puro conhecimento. O UTILITARISMO virá por via de consequência. O progresso científico produzirá o progresso técnico, e então, como era de esperar, a AVIDEZ DE RESULTADOS SURGIRÁ com a chamada REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, e acompanhada de FENÔMENOS SOCIAIS que até hoje pesam no mundo".

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