segunda-feira, 3 de maio de 2010

MAIO MÊS DE MARIA E DAS MÃES

 Foi em 1849 que pisaram em solo brasileiro as 12 primeiras IRMÃS DE CARIDADE em consequência  de um pedido do bispo lazarista de Mariana, Dom Antonio Fereira Viçoso. Vieram em companhia de 5 padres lazaristas, solicitados pelo mesmo bispo para as obras que projetara na sua diocese. As Irmãs Vicentinas logo fundaram um colégio que, juntamente com o Recolhimento de Macaúbas, fundado em 1716, muito contribuiu para a formação cultural e religiosa da juventude feminina das Minas Gerais. Com as Irmãs de Caridade (ou Vicentinas) chegava ao Brasil a devoção a Nossa Senhora das Graças ou da Medalha Milagrosa. Foi então que, por intermédio dos padres lazaristas (formadores do clero mineiro nos seminários de Mariana e Diamantina) e das Irmãs Vicentinas, se propagou, Minas a fora,  o piedoso costume de se dedicar todo o mês de maio a Nossa Senhora. Maio ficou sendo o "MÊS DE MARIA", o mês das coroações de Nossa Senhora. Oportunamente surgindo a " Associação dos Santos Anjos", especificamente para a infância feminina, aí se recrutavam as crianças que eram preparadas para coroarem   nas rezas da noite a imagem de Nossa Senhora colocada num trono num dos altares da igreja matriz.  Nos idos de 30, 40, do século passado, como me lembro! era ansiosamente aguardado o cair da tarde das noites frias de maio, quando no templo ricamente iluminado por candelabros acesos, depois de subirem duas escadas em V que terminavam nos pés de Maria, vozes angélicas de anjinhos humanos, colocada a palma nas mãos da Virgem, coroada a maternal cabeça sob  uma chuva colorida de pétalas de rosas,  espirais de incenso ascendiam aos céus, os sinos na torre repicavam a todo vapor, os "adrianinos" e foguetes de rabo pipocavam no espaço! E a multidão entoava, feliz: "No céu, no céu, com minha mãe estarei!" Esvaziado o templo, era a nossa vez: paquerar as garotinhas ao som da banda de música, no vai-e-vem das caminhadas na praça. Naquele tempo, as nossas genitoras não careciam de um dia especial para serem lembradas. Todos os dias do ano eram delas e dos pais também! Não se vislumbrava sequer ainda a idéia de se explorar comercialmente o nobre e humaníssimo sentimento de nosso amor ao nosso pai e a nossa mãe! "O tempora! O mores!"

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