Nascido em Lisboa, um dos mais suaves, amenos e variados de todos os clássicos portugueses. A elegância alcançou-a ele pela inversão sempre natural da ordem gramatical no período, que é bem feito e melodioso" ("Arte da Composição e do Estilo", Pe. Antônio da Cruz, Colégio do CARAÇA).
Como a bóia sobre as ondas, porque nos poros tem encerradas partes do ar, cuja esfera é superior; assim a VERDADE sempre sai acima das contradições, porque a sua esfera é o céu. Ponho aqui umas trovas em louvar da VERDADE. Perdoe-se o que a musa não tem de florígera pelo que tem de frutuosa.
A noz, o burro, o sino, e o preguiçoso
Sem pancadas nenhum faz seu ofício:
Esta é fechada, aquele vagaroso,
Um cala, o outro jaz sem exercício.
Mas tanto que do ferro ou pau nodoso
Os duros golpes lhes sacode o vício,
O fruto abre, o animal pés amiúda,
O metal clama, o preguiçoso estuda".
Qual é aquela formosura
Que vestir-se não procura
Por maior honestidade?
A VERDADE.
QUE COUSA HÁ NO MUNDO TAL
TÃO SINCERA E RARA E IGUAL
QUE A DEUS E AOS HOMENS AGRADA?
A VERDADE.
QUEM FEZ AMÁVEL E GRATO
INDA AOS BÁRBAROS O TRATO
DA HUMANA SOCIEDADE?
A VERDADE!
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