terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

DE   MARX   A   CRISTO

Três anos atrás, participando de um debate na PUC do Rio em torno de SIMONE WEIL  (1909-1943), soube tratar-se de uma filósofa, historiadora, mística, francesa, falecida  em Londres, após uma busca heroica da Verdade, até mesmo nas praças sangrentas da Revolução Espanhola e da Resitência Francesa na guerra de 1939. Muito admiro quem,  buscando com paixão a Verdade, morre lutando, encontre-a ou não. E SIMONE  WEIL pertenceu a essa família privilegiada. Modestamente, humildemente, sem sentir a autenticidade do que expressava, ela escreveu um dia: "Depois de meses e trevas interiores, tive de repente e para sempre a certeza de que (seja qual for o ser humano e sejam quais forem seus dotes naturais, ainda que pobres, que penetre nesse reino da VERDADE reservado ao gênio)..." Quem busca DEUS, assim, já não o terá encontrado? Sinta o drama de Simone, por exemplo, escrevendo: "Quando leio o catecismo do concílio de Trento, parece-me nada haver de comum com a religião ali exposta. Quando leio o Novo Testamento, os místicos, a liturgia, quando vejo celebrarem a missa, sinto, com uma espécie de certeza, que essa fé é a minha, ou, mais exatamente,  seria a minha, não fosse  a distância existente entre ela e a minha, devido a minha imperfeição, o que revela uma penosa situação". Estou mais que convencido de que uma das vias que levam à conversão está na leitura dos dolorosos caminhos de quem buscou e encontrou no final do túnel  a VERDADE. "A prova para mim, a coisa miraculosa, é a perfeita beleza das narrações da PAIXÃO ao lado de algumas palavras fulgurantes de Isaías e de São Paulo" (SIMONE).

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