A   SANTIDADE   DOS   LEIGOS

O objeto próprio da revelacão Cristã não é ensinar-nos que DEUS é SANTO, mas nos anunciar que essa SANTIDADE que é própria de Deus e que O separa infinitamente de nós, NOS  convida, através de um ato de AMOR incompreensível como a própria SANTIDADE , a fazermos parte desse "negotium admirabile" resultante da ENCARNAÇÃO DO VERBO. No CRISTO a natureza divina se une à natureza humana, e santifica esta, comunicando-lhe a vida de DEUS. O CRISTO é "O SANTO DE DEUS" como falam os Atos dos Apóstolos ( III.14).   Ele o é  NO SEU SER MESMO,  em que sua humanidade é inteiramente santa por sua pertença  à Pessoa do Filho de Deus. E o é também nas suas operações pela total adesão  da vontade humana à vontade divina na obediência e no amor. Mas o VERBO de DEUS não assumiu a humanidade individual, que ele uniu a si, senão para comunicar a vida divina à humanidade  inteira. Nele o fogo do amor divino se apropriou de um ponto  de nossa natureza. Mas esse fogo quer propagar-se na humanidade toda inteira, a fim de tudo abrasar. "Eu vim para acender o fogo na terra e como desejaria que já estivesse aceso"(Luc. XII, 49).  Este fogo é a SANTIDADE. Ele é comunicado pelo ESPÍRITO SANTO procurando conquistar  todas as almas humanas - e no interior de cada alma até que ela esteja santificada. É preciso que DEUS esteja todo em todos. Essa ação do ESPÍRITO SANTO  se exerce por intermédio da IGREJA. A IGREJA é santa. Eis uma de suas notas fundamentais. Ela é santa enquanto a Santidade estiver presente nela. É preciso portanto pertencer à Igeja para alguém tornar-se santo. Esta santidade é dada no batismo pela incorporação à Igreja que comunica o Espírito Santo. Num primeiro sentido todo batizado é santo, de uma santidade objetiva. Ele é consagrado à Trindade. São Paulo chama os cristãos de Corinto de "SANTOS"(Cor.I.2). Por coisa alguma se pode subtrair essa santidade. Um batizado pode tornar-se infiel, nunca, porém, pode deixar de ser consagrado (Jean Daniélou, S.J.).