quinta-feira, 8 de outubro de 2015

196  ANOS   SEM   O  IRMÃO   LOURENÇO

Louvado na informação de D. Viçoso, "é bom de saber que o depositário dos bens da herança do IRMÃO LOURENÇO, Joaquim José da Costa Brandão,  USOU E ABUSOU DELA COMO FAZENDO PRÓPRIA. Sua ruinosa zeladoria atinge também a IRMANDADE DE  NOSSA SENHORA  MÃE  DOS  HOMENS. Falecido em 1819, de há muito LOURENÇO  fora afastado de sua querida irmandade, porque, desde 1817, Joaquim José se assina  Procurador e Zelador dela. Agora o eremita nonagenário está completamente cego e vive, quase todo o tempo, recolhido à sua cela de onde sai penosamente para ir ao Calvário, à esplanada das Palmeiras, à Capela.  Ainda aparece para alguma visita, como é o caso de Martius com quem, conta o ilustre viajante, "ele muito se alegrou de poder entreter conversa". É a última semana de abril de 1818, quando Martius esteve em visita ao Caraça e a Lourenço.  O velho cenobita ainda viveria  uns dezessete meses, naquele declínio crescente da alma e do corpo, mergulhando mais e mais naquele torpor progressivo e moral, como somente sabe provocar a esclerose cerebral". Num velho livro de óbitos, em Catas Altas, lê-se o seguinte: "Aos 27 de outubro de 1819 faleceu da vida presente, com todos os sacramentos, o Irmão Lourenço de Nossa Senhora. Seu sepultamento deve ter sido humilde e singelo, pois não levou muito tempo para se perder a lembrança do lugar em que repousa seu último sono.  Somente muitos anos depois a mão piedosa de D. Antônio Ferreira Viçoso anotou para a posteridade uma pequena memória indicando a sepultura do Fundador: jazia numa cova sobre a qual colocaram depois os restos mortais do Padre João Moreira Garcez, o primeiro discípulo dos Lazaristas do Colégio do Caraça. Até para além  das fronteiras da morte Lourenço cumpria a missão preparadora: seu resto humano esvaíu-se em cinza, quando baixou à terra a primeira semente das searas futuras. Ela iria germinar logo depois e as searas produziram centos de frutos por um".

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