sexta-feira, 10 de outubro de 2014

FORMALMENTE   CRISTÃO,   OBJETIVAMENTE   CATÓLICO

No "Post scriptum" de carta, escrita  no dia 3-4/01/1928, a Jackson de Figueiredo,  ALCEU escreveu o seguinte: "No artigo publicado hoje na "Gazeta", note bem que falo "escolasticamente", quando digo que o Brasil é "formalmente cristão" e "objetivamente católico".  E só usei esta linguagem porque quis exprimir rigorosamente o que penso.  Sei, porém, que fiz mal. Poucos notarão a distinção, e ainda menor número saberá   o que ela significa". Gostei da maneira erudita com que ALCEU identificou os brasileiros (acreditava-se então fosse o Brasil o maior país católico do mundo) que, embora batizados,  não punham em prática a doutrina cristã. Desde aquela época designavam-se os brasileiros batizados na Igreja Católica e vivenciadores da doutrina cristã com o aplicativo: "Católicos praticantes". E se dizia "Católico não praticante", se não se esforçasse por  viver segundo os ensinamentos deixados por Jesus Cristo. Expressão essa que se usa até hoje quando, por exemplo, interrogado alguém a qual religião pertencesse, declarasse, sem respeito humano, ser "católico não praticante", isto é, reconhecendo-se ser  cristão, pois batizado na Igreja Católica, onde foi cadastrado, portanto formalmente cristão, identificável se necessário, mas "não CATÓLICO PRATICANTE", porque levando a existência à margem da doutrina trazida ao mundo por Jesus Cristo e confiada à Igreja que fundou. Donde ALCEU classificá-lo como  sendo  "apenas OBJETIVAMENTE  CATÓLICO" ou, por outras palavras, por considerar-se e ser tido E apenas como um  "CATÓLICO NÃO PRATICANTE", AINDA QUE cristão. Essa distinção entre CATÓLICO  PRATICANTE e NÃO  PRATICANTE  não seria mais um dos jeitinhos brasileiros encontrado para não perder sua autenticidade de caráter, ocultando a verdade na resposta, quando impelido a declarar sua religião?

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