quarta-feira, 28 de maio de 2014

28  de  MAIO  de  1968 =   MINAS   SEM   O   CARAÇA

"Em maio de 1968, ao encerrarmos a Assembleia Provincial, chega-nos a notícia de incêndio no Caraça. Alguém dos alunos teria deixado por esquecimento um aquecedor elétrico  ligado, durante a noite.  Isto provocou o incêndio no quarto da encadernação, no andar térreo.  Alunos na enfermaria despertaram, deram o alarme que acordou os alunos do dormitório, no andar superior que conseguiram se salvar, embora tenham perdido grande parte de suas roupas e outros pertences.  O fogo se alastrou rapidamente e destruiu totalmente o grande prédio da parte esquerda da igreja. Diante do fato consumado, nada restava senão pensar como, no ano seguinte, retomar, se possível, em outros moldes,  a formação inicial de candidatos ao sacerdócio. Aliás surgiu naturalmente  em meu espírito a interrogação: para que serviria a Escola Apostólica do Caraça?  Pois desde o ano passado tinha-se fechado o Seminário de Petrópolis. Os Estudantes foram enviados para Belo Horizonte. Em casas alugadas, sem as mínimas condições de formação religiosa, iniciava-se, como pulo no escuro, essa experiência. A mudança de disciplina  provocou recusa de qualquer disciplina. Após certo tempo, informado do que sucedia, fui a Belo Horizonte e, depois de  conversar com eles, resolvi dar-lhes a liberdade de sairem da Congregação. Teria faltado liderança de minha parte? Reconheço que me sentia perplexo, profundamente surpreso com esses acontecimentos. Não sabia o que seria melhor. Parecia que o antigo sistema se achava superado. Mas qual seria a melhor maneira de formar os canditatos ao sacerdócio? (Padre José de Paulo Salles, provincial, no livro "RECORDAÇÕES"). 

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