segunda-feira, 4 de outubro de 2010

DE ALMA LAVADA!

03/10/10. Fim de noite. Horas seguidas acompanhando diante do video o resultado das eleições para presidente do Brasil. Exultei! Seria vingança? Apenas o desabafo de um prolongado ressentimento patriótico? Quando do nascimento do PT, em 1985, creio, comunguei do regozijo do hoje pouco lembrado Tristão de Athayde, ao publicar no recém-falecido JB, um entusiástico artigo sobre o evento. Tenho guardado esse recorte de jornal. Resumindo: o mestre confessava que afinal surgia no país um partido político, e dos trabalhadores, que prometia um futuro memorável, brilhante. Eu, embora ha 18 anos desiludido do fenômeno "política" por ter abandonado, em 1967, a presidência da câmara de vereadores de minha cidade natal, consequência de tanta bandalheira assistida, pés e mãos amarrados na impossibilidade moral, intelectual e física de a tanto me poder opor, juntara meus trapos e buscara  outros mares.  É que sonhava, criança embora, com a política, até quando,  em seguida ao meu entusiasmo com a eleição e posse do prefeito de minha terra ao som de 100 dúzias de fogos "adrianinos", vira tudo se perder diante da "polaca"  de Chico Campos, no famigerado 10 de novembro de 1937. Cresci, maturei-me, creio pelo menos. E ao julgar-me então com capacidade de aventurar-me na ciência e arte de briquitar pelo bem-estar da nação, decepcionei-me em minha primeira chance aparecida: aquela  vereança em meu torrão natal. A Providência, contudo, me deu outra oportunidade de poder acalentar de novo a esperança de assisitir em vida à floração no país de uma real e plena vida política: quando comunguei do entusiasmo de Alceu Amoroso Lima ao ler o seu artigo ao acolher o novel partido político, o PT, envolto em berço esplêndido  bastante promissor . Voltou-me a ilusão como uma fênis renascida. E fiz o que então ainda podia fazer. Votei no Lula! Ajudei-o com meu voto. Mas não tardou e agora chegara à exaustão a minha carga ilusionista. E as esperanças de um futuro político sonhado - fruto, quem sabe, de minha incorrigível ingenuidade - me foram esquecendo, ficando pra trás. E ontem 03/10/10, a Marina me arrancou do fundo do poço não a centelha de um velho anseio adormecido mas o sentimento anticristão de uma "soi-disante" nobre vingança incubado pela  minha total desilusão de natureza política,  quando da irrupção do "mensalão"e entornos. E ontem à noite meu voto a Marina  - e sua derrota-vitória  ensejando uma segunda eleição, o que enlutou o Planalto, me desatou as cordas enferrujadas de algo ainda com odor de esperança, ao mesmo tempo em que me nasceu o sentimento de me julgar pago do profundo desgosto e decepção por ter ainda me deixado levar pelos cantares encantadores de minha companheira de sempre, a  ingenuidade! Viva o Brasil!





 








Nenhum comentário:

Postar um comentário