sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

08/11/1968: ENTREVISTA   DE   MÉRTON   COM   DALAI  LAMA

No encontro  de MÉRTON com o  DALAI LAMA, em Dharamsala, depois de uma série de perguntas sobre a vida monástica ocidental,  MÉRTON consultou-o sobre a questão "MARXISMO  E  MONAQUISMO", objeto, dois dias após,  de sua palestra em Bangcoc. Respondendo, o Dalai Lama observou que, sob certo aspecto,  era impraticável  monges e comunistas se entenderem , mas que  isso talvez  não fosse totalmente impossível, se o marxismo significasse apenas o estabelecimento de uma justa estrutura social e econômica. Talvez houvesse alguma verdade na crítica de Marx à religião, tendo em vista o fato de líderes religiosos já se haverem unido, tão persistente e estreitamente ao poder secular. Mesmo assim,  por outro lado,  o ateísmo militante se empenhou de fato por suprimir todas as formas de religião, boas ou más. "Foi uma discussão cordial e muito animada, escreve Mérton, e no fim  eu senti que nos tornáramos muito bons amigos, estando bem próximos, de algum modo,  um do outro.  Tenho grande respeito e afeição  por ele como pessoa, crendo além disso  que entre nós há um verdadeiro  vínculo espiritual. Ele observou que eu sou um "geshe católico", o que,  segundo Harold,  era o mais alto elogio  possível partido de um "Gelugpa", como um doutorado  honorário!" ("MÉRTON  NA  INTIMIDADE", p. 406). Outro não foi o pensamento do papa JOÃO  XXIII, na encíclica  "PACEM  IN  TERRIS", 1962.

Nenhum comentário:

Postar um comentário